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Maracatu de baque solto exibe as cores e a força do Carnaval de Pernambuco

Misturando heranças africanas e indígenas, manifestação cultural é marca da Zona da Mata Norte do Estado

Do JC Online
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Publicado em 04/02/2016 às 20:00
Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
Misturando heranças africanas e indígenas, manifestação cultural é marca da Zona da Mata Norte do Estado - FOTO: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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O cortejo tem reis, rainhas, calungas e damas do paço. A música é marcada pelas loas - além dos tambores, instrumentos de sopro dão ritmo e movimento aos seus integrantes. Mas são os caboclos de lança que se destacam e imprimem ainda mais beleza ao maracatu de baque solto, também conhecido como maracatu rural (ou ainda de orquestra).

 A vestimenta dos caboclos é composta por diversos adereços: na cabeça, chapéu enfeitado com fitas coloridas; a calça frouxa, na altura dos joelhos, é adornada com franjas; nas costas, o surrão: armação pesada onde são presos os chocalhos que ajudam a ritmar a dança dos caboclos. Muitos trazem um cravo preso à boca - é símbolo de proteção. Nas mãos, a lança coberta por fitas recebe o nome de guiada. Entre tantos enfeites, é a gola que atrai todos os olhares - bordada com vidrilhos, miçangas e lantejoulas, traz desenhos variados e coloridos. 

O escritor Ariano Suassuna (1927-2014), entusiasta e admirador do maracatu rural, declarou certa vez: "Aos que chamam de 'jóias falsas' e 'pedras falsas' os vidrilhos e lantejoulas com que o povo adorna seus adereços, que, do ponto de vista dos poetas, essas jóias e pedras falsas são mais valiosas do que as 'verdadeiras' usadas pelos ricos, porque naquelas existe uma quantidade maior de sonho humano".

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