Turistas e recifenses lotaram a estreita rua no Pátio de Santa Cruz, no Centro da Cidade, para acompanhar a Noite dos Tambores Silenciosos, tradicional cerimônia de culto afro-brasileiro que acontece nas segunda-feira de Carnaval. Presidida pelo babalorixá Raminho de Oxóssi, o evento é uma celebração aos eguns, os antepassados do povo negro.
Às 22h, agremiações de maracatu começavam a se apresentar no local, que nos séculos 18 e 19 foi mercado de escravos e cenário de muitas mortes e torturas dos negros escravizados. Cada agremiação fez uma evolução no placo armado em frente à igreja de Nossa Senhora do Terço.
Diante do Maracatu Nação Porto Rico, do Pina, homenageado do Carnaval do Recife deste ano, e rodeado de reis e rainhas de maracatus, Raminho de Oxóssi deu início à celebração, pontualmente à meia-noite. Com todas as luzes apagadas, como faz parte da celebração, o babalorixá louvou os eguns e pediu proteção para todos à orixá Iansã.
“A gente apaga a luz porque a reverência aos eguns deve ser feita no escuro”, explica o babalorixá Jorge de Bessen, um dos participantes da cerimônia.