Folia 2017

Bairro do Recife é o coração da folia

Bairro virou quartel-general do frevo. Do samba, passando pelo maracatu e caboclinho, tudo acaba em diversão

JC Online
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Publicado em 26/02/2017 às 7:50
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Bairro virou quartel-general do frevo. Do samba, passando pelo maracatu e caboclinho, tudo acaba em diversão - FOTO: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Como é que faz para chegar na ilha? Siga a orquestra de pau e corda, os tambores do maracatu, a batida do samba, o arrastão do frevo. Atravesse a ponte para curtir o rock nacional, bandas gringas, as raízes do coco, a tradição dos afoxés. Aproveite para conhecer ou rever os caboclinhos. Tente se perder no bloco. São tantos. Líricos, anárquicos, com orquestra, só com fantasia. No meio daquele mundo de gente, você não vai ter dúvida: está no coração do Carnaval do Recife. Vai sentir o pulso acelerado quando Vassourinhas passar. Ensaiar uns passos de maracatu depois que as alfaias tomarem a avenida. O Bairro do Recife bate no ritmo de todos os ritmos. É para lá que convergem, mais cedo ou mais tarde, todos os amantes da folia. Seja ela qual for.

Basta dar uma passeada na programação de hoje para ter certeza do quanto o Carnaval do Bairro do Recife são muitos. No Polo do Arsenal, a tarde é dos caboclinhos. Serão dez tribos, desfilando suas alegorias, entre elas o Caboclinho Carijós, um dos homenageados do Carnaval deste ano. Fundado em 1897, Carijós é o mais antigo caboclinho em atividade na capital. O desfile das tribos começa a partir das 16h e segue até o início da noite. Na sequência, a partir das 20h, o Coco Raízes de Arcoverde se apresenta e abre alas para o frevo passar. Só estrelas de primeira grandeza: Claudionor Germano, Orquestra Popular do Recife e Maestro Ademir Araújo. A noite encerra com convidados da terra da garoa: os cantores Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci.

Enquanto isso, no Marco Zero, palco principal da folia, as atenções e as selfies se voltam para os maracatus de baque solto. O encontro, marcado para começar às 18h, vai juntar nove nações. Mais uma oportunidade de ver o espetáculo que, há 15 anos, virou símbolo da abertura do Carnaval do Recife. Quando as alfaias deixarem o palco, quem assume é Antônio Nóbrega. No show, o multiartista vai dar vez ao samba, cujo centenário foi comemorado no ano passado. Mas, como não podia deixar de ser, músicas do repertório carnavalesco de Nóbrega, além de novas composições, também farão parte da apresentação, que terá referências a Noel Rosa, Dorival Caymmi, Adoniran Barbosa, Tom Jobim e Chico Buarque de Holanda.

SAMBA NA MOEDA

Bem ali perto, na Rua da Moeda, o samba também impera. Dessa vez, absoluto. Pela rua, que virou polo, vão desfilar escolas de samba, além da cantora Karynna Spinelli e a turma boa do Pouca Chinfra, que terá a responsabilidade de fechar a noite, a essa altura, já madrugada.

Como a festa está só começando, não perca. Amanhã é dia de encontro de blocos líricos, uma das atrações mais tradicionais do Bairro do Recife. A partir das 17h30, passarão pelo palco do Marco Zero algumas das agremiações mais reverenciadas e amadas da folia pernambucana. Bloco das Ilusões, Bloco das Flores, O Bonde, Batutas de São José. Um pedaço de história e tradição, bem ali na sua frente, enchendo de beleza e poesia o seu Carnaval.

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