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Tabaqueiros fazem festa no Carnaval de Afogados da Ingazeira

Os personagens de carnaval de Afogados da Ingazeira são os tabaqueiros

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 08/02/2018 às 7:11
Foto Diego Nigro/JC Imagem
FOTO: Foto Diego Nigro/JC Imagem
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Tabaqueiro. Você pode até nunca ter ouvido falar, mas se perguntar sobre ele em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Estado, a 370 quilômetros da capital, vai saber que é sinônimo de folia. Os tabaqueiros são os personagens típicos do Carnaval da cidade e alegram as ruas da cidade com seu colorido e disposição.

Eles surgiram por volta da década de 60, na mesma época em que começou o carnaval de rua em Afogados da Ingazeira. “No começo eles eram chamados de papangus, mas com o tempo eles incorporaram à fantasia um pequeno recipiente feito chifre de bode ou boi, onde dentro ficava o rapé, aquele fumo torrado e muído que o pessoal inala. Daí como eles ofereciam o produto para as pessoas mais velhas quando chegavam nas residências passaram a ser chamados de tabaqueiros, tudo por conta da caixinha de fumo que levavam”, contou o artista plástico Beijamim Almeida.

Foto Diego Nigro/JC Imagem
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De acordo com ele, depois o termo também foi adquirindo outro sentido. “Com o passar do tempo, tabaqueiro acabou virando sinônimo de tudo que era feio ou chato, porque eles assustavam algumas crianças e ficavam atazanando o juízo das pessoas”, explicou Beijamim.

Não existe uma vestimenta padrão propriamente dita. Eles usam máscaras diversas e fantasias coloridas que cobrem o corpo inteiro, muitas vezes até com luvas, para não serem identificados. Em comum, os chocalhos presos nas cinturas e um chicote, assim como os caretas de Triunfo. Ou seja, por onde passam é aquela barulheira.

FAMÍLIAS

A brincadeira é adotada por famílias inteiras, como a do operador de sistemas Douglas Pires, de 30 anos, que sai de tabaqueiro junto com o filho de sete. “Sou afogadense com orgulho e o tabaqueiro é a figura tradicional da nossa cidade. Então vestir essa fantasia é engrandecer o nome da cidade e da nossa cultura. Sinto um prazer enorme de sair assim, quando eu coloco essa roupa sinto um prazer que nem sei explicar. Só quem é tabaqueiro sabe”, afirmou Douglas.

Um prazer já compartilhado pelo filho, Anthony Luigi Pires. “Quando eu tinha três anos eu vi ele se montando para sair e eu pedi pra ele comprar uma fantasia pra mim também. Aí começei a correr de tabaqueiro todo carnaval e não quero parar mais”, disse o garoto, pulando ao lado do pai.

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