Quer cair no frevo, mais ou menos longe da muvuca? Não há dúvidas de que o Galo da Madrugada hoje reina absoluto. Mas nem só de súditos fiéis do Clube de Máscaras vive o Sábado de Zé Pereira. Enquanto as vias centrais do Recife dão passagem ao maior bloco de rua do mundo, as ladeiras de Olinda, especialmente pela manhã, são um convite irresistível para frevar sem tanto aperto.
E se você for desses foliões que acordam cedo, anota aí. Às 8h, já tem troça se organizando para sair. O ponto de encontro não tem erro. Em frente a um dos endereços mais tradicionais da Cidade Alta, o Clube Vassourinhas, no Largo do Amparo. É a turma do bloco Sem rumo e sem direção. Como o Carnaval é um se perde e se acha sem fim, fique tranquilo. Até a madrugada chegar, você vai encontrar de tudo: agremiação de frevo, maracatu, samba, afoxé, urso. O negócio é ter fôlego para ir atrás.
Quando o sol já está queimando os miolos, uma galera que é chegada no samba se veste de verde e rosa para cantar esse amor. O bloco Hoje a mangueira entra se concentra, às 13h, no Varadouro, com a gloriosa missão de tocar e dançar os sucessos eternizados por mestres como Cartola, Nelson Sargento entre tantos outros bambas.
Lá pelas 16h, praticamente na mesma hora, o coração vai ficar dividido entre dois clássicos do sábado em Olinda. O primeiro, nas cores vermelha e amarela, tem à frente um dragão que nasceu, no final da década de 70, com o propósito de fazer uma crítica à ditadura militar, se valendo da descontração que só o Carnaval permite. Com uma excelente orquestra, o bloco Eu acho é pouco se concentra em frente à Igreja da Sé.
A outra paixão se veste de azul e branco. Quase sessentão, o Ceroulas é um dos blocos mais tradicionais e amados do Carnaval. Quem for segui-lo, basta se encontrar no Carmo, em frente ao Clube Atlântico.
A MAGIA DO CALUNGA
E por falar em tradição, é impossível deixar de fora a calunga que é símbolo da folia em Olinda. Pontual como um lorde, o Homem da Meia Noite sai da sua sede, no Bonsucesso, a zero hora, para saudar os que sobreviveram à maratona do primeiro dia. Não é bloco para os fracos. Mas quem fica não se arrepende. Ver e sentir a magia da calunga é uma emoção para se guardar pelo resto da vida.