Olinda é a capital do mundo. Pelo menos no Carnaval, a cidade vira, de fato e de direito, patrimônio da humanidade. Foliões que vêm de todos os cantos, do Brasil e de fora, se achar e se perder nas ladeiras, atrás de orquestras de frevo e estandartes dos mais variados. Para abrigar tanta gente, residências se transformam em porto seguro dos forasteiros.
Logo no início da Rua do Amparo, 25 jovens, a maioria universitários, dividem quartos e banheiros desde sexta-feira. Vieram de quatro Estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Piauí. Só desse último são 12 foliões. “Falam tão bem do Carnaval de Olinda que resolvemos conferir. Estou torcendo que seja maravilhoso”, ressalta a piauiense Marina Ferreira, 19 anos. Na bagagem ela trouxe as fantasias de cupido, passista e estrela.
Renan Barros, 22, da mesma turma, aposta que esse será o melhor Carnaval da sua vida. “No Piauí não há tradição como aqui. Tem um desfile de corso e só. Espero voltar para casa, na Quarta-feira de Cinzas, com a mandíbula doendo de tanto beijar”, diz o rapaz, antes de dar uma gargalhada.
Como bom carioca, Anderson Costa, 45, gosta do sambão do Patusco. Saiu do Rio de Janeiro acompanhado de mais oito pessoas, todos parentes. Estarão hoje no Galo da Madrugada durante o dia e à noite em Olinda. Nos outros dias, vão inverter. Passarão o dia no Sítio Histórico e à noite no Recife Antigo. “No Rio não tem Carnaval de rua como aqui”, observa Anderson.
O funcionário público goiano Clayton Rocha, 39, elogia a segurança da folia pernambucana. “Salvador e Rio de Janeiro estão perigosos. Vim o ano passado para Olinda e gostei muito. Tanto que estou de volta”, comenta Clayton, programado para curtir, hoje, o Homem da Meia Noite.