Baque Solto

Festa do maracatu rural teve emoção e alfinetada política

Cambinda Brasileira foi homenageado e políticos não escaparam das críticas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 12/02/2018 às 16:35
Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem
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Nazaré da Mata (distante 67 km do Recife) acordou nesta segunda-feira (12) ao som dos chocalhos dos caboclos de lança, que costumam fazer um ritual de marcha pela cidade até chegar a Praça da Catedral, onde acontece anualmente o Encontro de Maracatus Rurais do município. Nesta 18ª edição do evento, 36 nações de baque solto participaram da festa na capital estadual do maracatu. Grupo mais antigo em atividade contínua no Estado, o Cambinda Brasileira foi homenageado no Carnaval da cidade pela passagem de seus 100 anos, completados no dia 5 de janeiro. Em ano de eleições, o tom político não ficou de fora dos versos improvisados pelos poetas, ouvidas pelo governador Paulo Câmara, que marcou presença no evento. 

A festa começou por volta das 10h, com o desfile do maracatu feminino Coração Nazareno. Formado em 2004 pela Associação de Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), o grupo é a prova de que as histórias de violência dentro do maracatu (que impediam as mulheres de brincar) ficaram realmente no passado.

Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem
Festa do maracatu rural reuniu 36 nações em Nazaré da Mata - Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem
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Festa do maracatu rural reuniu 36 nações em Nazaré da Mata - Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem
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Festa do maracatu rural reuniu 36 nações em Nazaré da Mata - Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem
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Festa do maracatu rural reuniu 36 nações em Nazaré da Mata - Foto: Luiz Pessoa/ JC Imagem

Depois do Coração Nazareno se apresentaram os maracatus Águia Dourada, Cambinda de Ouro, Águia Misteriosa e Estrela Brilhante. O momento mais esperado da manhã foi a entrada do centenário Cambinda Brasileira na “passarela do maracatu”. Sob fogos de artifícios e um calor de 40 graus, o grupo foi muito aplaudido na sua entrada. A diretoria do maracatu e os herdeiros da brincadeira entraram de mãos dadas em sinal de união.

Mestre Anderson Miguel, um dos nomes da nova geração, lembrou a importância do Cambinda para a cultura popular e falar da importância de preservar a tradição. Emocionado, o presidente do grupo, Elex Miguel, chorou ao falar do desafio de estar à frente da festa de centenário do folguedo. “Quero agradecer a cada folgazão que está aqui hoje vestindo essas fantasias. Vocês estão fazendo história junto com o Cambinda”, disse. A madrinha do maracatu, Dona Biu também fez um agradecimento à nação.

POLÍTICA

Os mestres do apito aproveitaram o ano eleitoral para dar recados políticos. Mestre Veronildo, do Maracatu Águia Misteriosa criticou o presidente Temer, dizendo que o povo estava sofrendo mais, fazendo referência ao desemprego e à reforma trabalhista. “Mas sabemos que ele anda doente, deve ser castigo pelo que está fazendo com a gente”, cantou.

O governador também não escapou das críticas. Mestre Anderson, que no ano passado fez um verso falando de “Estado sem segurança, governo desgovernado”, voltou a cantar loa sobre o tema. Dessa vez disse que no ano passado não teve a intenção de ofender ninguém, mas ressaltou que não era mentira o que tinha dito, bastante aplaudido por quem estava presente. O governador evitou dar resposta pública, mas em conversa com a imprensa após o evento lembrou do trabalho que o governo vem fazendo para reduzir os indicadores da violência em 2018 e lembrou o investimento de R$ 9 milhões em segurança pública de um total de R$ 25 milhões empregados no Carnaval.

“O próprio mestre (Anderson) admitiu que houve uma melhora e o governo está trabalhando para reduzir a violência”, afirmou. No ano passado, Pernambuco registrou 5.427 homicídios, um aumento de 21% em relação a 2016.

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