Enquanto não houver ordem judicial definindo números, apenas 30% dos ônibus da Região Metropolitana do Recife vão continuar circulando no período de greve, mesmo em horário de pico. É o que afirma Benilson Custódio, presidente do Sindicato dos Rodoviários (STTREPE). Apesar de haver uma notificação do Grande Recife Consórcio de Transportes, determinando que haja 50% da frota nas ruas nos horários de maior movimento, a categoria não pretende segui-la.
"O sindicato não é subordinado ao Grande Recife. A gente só acata uma decisão da justiça", comentou Benilson. "Na negociação do dissídio da categoria, chamamos a empresa para participar e não vieram. Agora, a gente retribui na mesma moeda", prosseguiu. Ainda hoje, no entanto, pode sair uma medida cautelar, solicitada pela Urbana-PE (sindicato que representa as empresas) determinando percentuais mínimos a serem cumpridos.
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Ainda, segundo o presidente do sindicato, há, sim, 30% da frota circulando: "Estamos fazendo o possível para não deixar a população na mão". Caso não haja, é por iniciativa das empresas de retirarem os veículos das ruas. "Nos Terminais Integrados, as empresas estão colocando menos ônibus porque é mais vantajoso deixar circulando nas ruas, onde há mais passageiros pagantes. Elas também tiraram os BRTs de circulação por conta própria", disse.
Fernando Bandeira, presidente doa Urbana-PE, rebate o número dado por Benilson: "Acredito que tenha em torno de 20% da frota em operação. E eles (rodoviários) só começaram a sair das garagens depois das 5h. Uma empresa mesmo só começou a operar de 6h", queixou-se.
Dissídio da categoria
A Urbana-PE entrou, nesta segunda, com o pedido de julgamento do dissídio coletivo de natureza econômica no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT). "Não tem mais conversa (com os rodoviários). Agora é a justiça que vai resolver", relatou Bandeira, que reafirmou que a decisão de ilegalidade ou abusividade do movimento dependerá do entendimento do TRT.
Sobre o dissídio, Benilson afirmou que o STTREPE ainda não foi notificado oficialmente. "Até agora não chegou nada vindo da justiça".