O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão confirmou nesta quarta-feira (9) a informação repassada ontem (8) pelo deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) de que o ministro da pasta, Esteves Colnago, se mostrou favorável à possibilidade de um reajuste de forma escalonada na tarifa do metrô. A decisão, no entanto, cabe ao Conselho de Administração da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
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Para que haja escalonamento, o ministro julga que duas condições precisam ser satisfeitas: a primeira é manter o realinhamento dos preços, pois as tarifas estão desalinhadas; a segunda é que haja a discussão sobre uma solução estrutural para a companhia com projeto de concessão.
"O Ministério do Planejamento manifestou-se favoravelmente ao aumento das tarifas unitárias, uma vez que os valores praticados pela CBTU encontram-se desatualizados há muitos anos, em alguns casos, desde 2003. A situação tem onerado toda a sociedade uma vez que cabe à União, principal controladora da empresa, subsidiar os valores das tarifas por meio de subvenções crescentes nos últimos anos. Assim, é imperativo buscar alternativas de melhoria da eficiência do gasto público. Dessa forma, dada a situação fiscal da União e os estudos e recomendações colecionados ao longo dos anos, é imperioso que seja feito o reequilíbrio dos valores de tarifas praticados pela empresa", diz a nota.
Em entrevista ao JC, Betinho Gomes informou que o ministro submeteria a proposta dos parlamentares ao conselho da CBTU nos próximos dias. A informação não foi confirmada pelo ministério. Procurada, a CBTU informou que nenhum documento foi protocolado junto ao conselho.
REAJUSTE
O aumento entra em vigor nesta sexta-feira (11). De R$ 1,60, a passagem sobe para R$ 3. O último reajuste aconteceu em 2012. Atualmente, a receita do metrô é de pouco mais de R$ 60 milhões anuais. Para manter o sistema em funcionamento, no entanto, são necessários R$ 104 milhões. Quando incluída a folha de pagamento, os custos sobem para a casa dos R$ 300 milhões. Sendo assim, o metrô depende de verbas repassadas pelo governo federal. Com o aumento da tarifa, a arrecadação sobe para R$ 110 milhões, que devem ser investidos em melhorias para o sistema.
“Do valor atual, nós só recebemos, em média, R$ 0,60, porque 56% dos usuários acessam o metrô através do ônibus nos terminais integrados. Com o aumento, passaremos a receber R$ 1,20. Será importante para que a gente consiga mais recursos junto ao governo federal e possa melhorar o serviço futuramente”, avaliou o superintendente do metrô do Recife, Leonardo Villar.