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Movimentos fazem protesto contra aumento de tarifa no metrô

Nesta sexta-feira (11), usuários começaram a pagar passagens com aumento de quase 90%

JC Online
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Publicado em 11/05/2018 às 10:40
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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atualizada às 12h

O aumento tarifário do metrô de cinco capitais, administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), nesta sexta-feira (11), virou motivo de manifestação no Recife. Na capital pernambucana, que teve acréscimo de 90% no valor das passagens, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro), Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco, ambulantes e movimentos estudantis protestaram no Centro do Recife, na manhã desta sexta.

Previsto para acontecer às 9h, os movimentos se concentraram na estação central do sistema, o qual entregaram panfletos e fizeram discurso em assembleia para os passageiros do metrô. A manifestação seguiu em passeata para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), pela Rua da Aurora, na Boa Vista. Lá, os manifestantes esperavam colher assinaturas dos deputados para dar início à CPI do transporte público - encabeçada pela deputada Teresa Leitão (PT) -, mas não há expediente parlamentar na casa nas sextas-feiras.

As organizações presentes no ato explicam que o reajuste não é equivalente ao serviço prestado, em que, segundo eles, os usuários vão sair perdendo. "Estamos fazendo o protesto, porque o aumento não é condizente com a realidade da estrutura do sistema, que é sucateado", explica o integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público, Márcio Morais. 

O presidente do Sindmetro, Getúlio Basílio, alinha-se ao pensamento de Márcio. Ele ressalta que há um desmonte de empresas estatais por parte do governo federal e, que o reajuste tarifário faz parte disso. "desde o início do ano, esperamos a recomposição do custeio anual e não há garantia de que, com o reajuste, isso vá acontecer.  Então,o serviço ao usuário vai ser mantido - precário e ineficiente - como é até agora", conta.

O diretor de comunicação do sindicato, Levi Arruda, ressalta que o metrô não tem melhorias. “Não temos garantia de melhorias para o sistema, para o usuário e para as condições de trabalho. Os efeitos deste aumento só serão sentidos em 2019.” Para o sindicato e a FLTP, o aumento da passagem é uma estratégia para a privatização do sistema. Por isso, as organizações vão às ruas hoje. Além disso, a Frente de Luta entrará com ação na Justiça Federal para tentar barrar o aumento. 

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Movimentos sociais fizeram protesto contra o aumento das passagens do metrô - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Metrô com movimentação intensa após o aumento tarifário no Recife - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Reajuste chegou a um acréscimo de 87,5%, que vale a partir desta sexta-feira (11) - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Além do Recife, outras quatro capitais administradas pela CBTU sofreram o reajuste - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Passageiros se demonstraram descontentes com o aumento das passagens - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Passageiros se demonstraram descontentes com o aumento das passagens - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

 

Aumento

O aumento de 87,5% na capital pernambucana acontece seis anos após o último reajuste. Além do Recife, o transporte fica mais caro em Belo Horizonte, Natal, João Pessoa e Maceió. Nas três últimas capitais, as tarifas estavam congeladas há 15 anos. Já Belo Horizonte não tinha aumento da passagem do metrô desde 2006. Parlamentares chegaram a propor aumento escalonado durante um período de até cinco anos, mas, até a tarde de ontem, o assunto ainda não havia sido levado ao conselho.

Com o incremento, a CBTU espera aumentar a arrecadação de R$ 60 milhões para R$ 110 milhões por ano. “Do antigo valor, nós só recebíamos R$ 0,60, porque a maior parte dos passageiros acessam o metrô através dos ônibus nos terminais integrados. Agora, vamos ficar com R$ 1,20”, explicou o superintendente do metrô do Recife, Leonardo Villar Beltrão. Somente para se manter em funcionamento, o metrô precisa de mais de R$ 100 milhões anuais. Quando somada a folha de pagamento os gastos chegam a R$ 300 milhões.

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