INFRAESTRUTURA

Obra do Prometrópole se arrasta em Olinda

Projeto de reurbanização da Ilha do Maruim não tem previsão para ficar pronto. Famílias acabaram ocupando casas concluídas e não entregues oficialmente

Do Jornal do Commercio
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Publicado em 24/04/2012 às 7:54
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Projeto de reurbanização da Ilha do Maruim não tem previsão para ficar pronto. Famílias acabaram ocupando casas concluídas e não entregues oficialmente - FOTO: Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Os moradores da Ilha do Maruim, comunidade carente localizada na entrada de Olinda, no limite com o Recife, receberam a segunda remessa de casas populares há cerca de 10 dias. Algumas das 32 unidades ainda estão fechadas, à espera dos novos residentes. Outras, de acordo com o relato dos beneficiados, foram logo ocupadas, por causa da demora da prefeitura em realizar a entrega oficial. As novas residências fazem parte de um projeto mais amplo de reurbanização da ilha, uma promessa antiga da prefeitura, mas que não tem prazo para ser concluída.

Na comunidade, algumas ruas estão recebendo calçamento e esgotamento sanitário. Mas a colocação de duas pontes sobre o Canal da Malária, ligando a Ilha do Maruim à Praia dos Milagres, e a construção de uma via, abrindo ao público a Praia de Del Chifre, estão distantes de começar.

"A primeira parte dos moradores foi removida em 2008. Foram 72 casas, se não me engano. Agora, saiu o restante. Dizem que a ilha vai mudar de cara. Mas a gente escuta isso já faz um tempo", contou o pescador Dioclésio Francisco da Silva, 59. Ele mora numa das melhores casas da ilha. E não será beneficiado com moradia.

O pacote de obras de reurbanização foi anunciado no fim de 2006, ainda na administração da prefeita Luciana Santos, hoje deputada federal pelo PCdoB. A verba é oriunda dos Programas de Infraestrutura em Áreas de Baixa Renda na Região Metropolitana do Recife (Prometrópole), de Aceleração do Crescimento (PAC) e de emenda parlamentares.

O acesso à Ilha do Maruim é restrito, o que ajuda a fazer da comunidade um local inseguro. Os próprios moradores reclamam. Na semana passada, quando o JC visitou o local, a reportagem, ao tentar fazer uma fotografia do canal, foi avisada por garotos, que tomavam banho na água suja, que logo após o muro, separando a comunidade da faixa de areia, funcionava um ponto de venda de maconha e crack. Nos cerca de 20 minutos que a equipe ficou no local, três rapazes cruzaram a ponte, com dinheiro na mão e em momentos diferentes, em direção ao local apontado pelos meninos.

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