A intenção era dar uma mãozinha para a mobilidade da cidade que tem um dos piores trânsitos do País e proporcionar à população mais uma opção de lazer nos domingos e feriados, mas está cada vez mais difícil conseguir pegar uma bicicleta emprestada em uma das estações do BikePE. Diversos usuários se queixam dos mais variados problemas, que vão desde falhas sistêmicas até equipamentos quebrados e sem manutenção. Em pleno domingo, dia de ciclofaixa no Recife, não foi difícil encontrar quem reclamasse do projeto.
O estudante Mateus Marroquim mora na Torre, Zona Oeste do Recife, e neste domingo (20) tentou pegar uma bicicleta na estação Bike PE 74, que fica no bairro, mas não conseguiu. “Passei aproximadamente 10 minutos acessando o aplicativo, que dizia que o equipamento estava disponível, mas a bicicleta não saía da estação. Isso acontece em quase 70% das vezes em que tento utilizar o serviço”, disse, enquanto retirava uma bicicleta na estação que fica ao lado do Paço Alfândega, no Bairro do Recife. Para utilizar o sistema de compartilhamento de bicicletas é necessário se cadastrar no site www.bikepe.com e comprar um passe diário, que custa R$ 5, ou mensal, por R$ 10. Os usuários do VEM (Vale Eletrônico Metropolitano) têm acesso gratuito. O tempo de uso das bicicletas é de 60 minutos, mas o ciclista pode fazer várias utilizações por dia, desde que obedeça ao intervalo de 15 minutos entre os empréstimos.
Em Boa Viagem, o engenheiro Anderson Assunção e a analista Fernanda Miranda se dirigiram até a estação 51, onde todas as bicicletas estavam disponíveis. Tentaram pegar duas delas emprestadas, mas o sistema estava fora do ar. “Nós não conseguimos pegar as bicicletas na estação, fomos até outra e pegamos. Só lamento porque, com o problema apresentado no terminal que estava offline, cerca de 15 bicicletas vão ficar paradas enquanto poderiam estar na rua”, afirmou Anderson.
Espalhadas pelos mais diversos pontos do Recife e Região Metropolitana, as bicicletas do Bike PE também têm sido alvo fácil de vândalos. Através do aplicativo comuniQ, do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, o leitor Elvis de Lima denunciou que três bicicletas de uma estação que fica próxima à Igreja de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, estavam sem os pedais. “Não é a primeira vez que isso acontece, creio que não há câmeras de monitoramento na área”, comentou o leitor.
O Bike PE, projeto do Governo do Estado em parceria com o Itaú e o Settel/Samba, foi implantado em maio de 2013. Até março de 2014, 70 mil usuários estavam cadastrados no sistema de compartilhamento.
RESPOSTA - Em nota, o BikePE se posicionou sobre os problemas. Leia na íntegra:
Sobre os questionamentos sobre o sistema de compartilhamento de bicicletas Bike PE, a Serttel, operadora do mesmo, esclarece que, a central do projeto monitora, em tempo real, toda a operação do sistema. As estações funcionam alimentadas por energia solar e são interligadas por sistema de comunicação sem fio, via rede GSM e 3G. Pode ocorrer oscilação na comunicação. Quando isso ocorre, a equipe de manutenção é acionada e o serviço reestabelecido o mais rápido possível.
A Serttel esclarece que executa rotinas preventivas e corretivas para garantir altos índices operacionais de desempenho e confiabilidade nas estações de compartilhamento de bicicletas (Bike PE/Porto Leve). As manutenções são pontuais e preventivas para garantir o bom funcionamento do sistema. Os equipamentos são inspecionados diariamente, componentes são substituídos de uma forma preventiva, evitando interrupções de serviço e falhas operacionais.
O projeto de compartilhamento de bicicletas Bike PE tem apresentado um índice crescente de uso, o que caracteriza não apenas o sucesso do sistema como mostra que o mesmo funciona dentro da normalidade. Um exemplo disso foram os índices alcançados no dia de ontem. Foi registrado o maior número de viagens dos últimos três meses: 2.163, sendo 1148 realizadas por usuários do VEM. Das 80 estações em operação, 78 liberaram bicicletaS, sendo 73 delas utilizadas também por usuários do VEM.
