Insegurança

Falsos pipoqueiros aproveitam engarrafamento para assaltar mulheres nas imediações da Ilha do Retiro

O trecho compreende a saída do túnel Chico Science, na frente do estádio do Sport, até o semáforo em frente à loja Jurandir Pires

Aline Araújo
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Aline Araújo
Publicado em 26/07/2016 às 19:00
Foto: Google Maps
O trecho compreende a saída do túnel Chico Science, na frente do estádio do Sport, até o semáforo em frente à loja Jurandir Pires - FOTO: Foto: Google Maps
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Um grupo de assaltantes está aproveitando os engarrafamentos no trecho que compreende a saída do túnel Chico Science, na frente do estádio do Sport, até o semáforo em frente à loja Jurandir Pires, na Madalena, na área central do Recife, para praticar assalto contra mulheres. O modus operandi é igual. Em até três homens, sendo um armado, eles abordam um carro dirigido por uma mulher, se passando por pipoqueiros, e pedem apenas os objetos como celulares e alianças, evitando a bolsa da vítima.

Quem passou por essa situação foi turismóloga Karla Tavares. No último dia 19, um dia chuvoso, ela estava presa no trânsito, no semáforo próximo ao Jurandir Pires, na faixa próxima ao canteiro central da avenida, quando foi abordada por três indivíduos, todos se passando por pipoqueiros e apenas um estava armado.

“Primeiro, eles ficam falando alguma coisa e eu pensei que estavam vendendo pipoca, então neguei. Em seguida, o que estava armado bateu com a arma no vidro e os outros começaram a gritar pedindo meu celular. Quando fui entregar, eles viram e pediram minha aliança e também a minha carteira. Não levaram minha bolsa, acho que para evitar o volume” relata. 

De acordo com a turismóloga, eles saíram tranquilamente para abordar o carro de trás. “Depois que me assaltaram, eu dirigi até a casa da minha mãe, mas nem lembro como cheguei lá, fui meio que no automático. Depois que tudo passou, eu me senti frustrada. Nem tanto pelos bens materiais, porque graças a Deus tenho como adquirir tudo novamente, mas por vivenciar esse momento e não poder fazer nada. Não tem ninguém por você. A pessoa não tem a quem buscar, todos os dias tem alguém falando que foi assaltado e a polícia não aparece nem para comentar, não estão nada preocupados”, lamentou.

O mesmo tipo de abordagem, no mesmo trecho, aconteceu com três moradoras do Edifício Giardino, na Beira Rio, na Madalena. No entanto, com uma delas, a médica Emília Sobreira, apenas um homem fez a abordagem. “Ele pediu meu celular e aliança, mas como o semáforo abriu não deu tempo para entregar minha carteira”, disse. Todas elas realizaram boletim de ocorrência.

Queixando-se da falta de assistência da polícia, a funcionária pública Patrícia Queiroz e suas vizinhas resolveram se reunir para debater soluções para combater a insegurança na vizinhança. No próximo dia 2 de agosto, os moradores do prédio se reúnem com a deputada estadual Priscila Krause (DEM) para discutir a segurança da área.

Uma nova investida aconteceu por volta das 18h30 desta terça-feira (26). A arquiteta Juliana Dutra também foi abordada no mesmo trecho, no entanto, conseguiu sair rapidamente do local sem ser assaltada. ''Fui da frente do Sport até a (Avenida) Rosa e Silva (nos Aflitos) procurando e não encontrei nenhum policial para relatar o que me aconteceu" disse. 

Questionado sobre a insegurança do local, o 13° Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pela área, informou que o policiamento na Madalena é realizado com Patrulhas do Bairro (PB) que realizam rondas na região, diuturnamente, contando ainda com motopatrulhamento e recobrimento do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI).

A PM ainda alertou para a importância de registrar os delitos ocorridos através do 190 e da formalização dos casos na delegacia da Polícia Civil mais próxima ou delegacia virtual. Os moradores da Madalena ainda podem ligar para o telefone do 13º BPM: (81) 3183.5438.

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