A Brinks, empresa de transportes de valores que foi alvo da ação de uma quadrilha na madrugada desta terça-feira (21), já esteve na mira da Polícia Federal no ano de 2015. Na época, durante a Operação Grande Truque, R$ 85 milhões foram apreendidos por suspeita de crimes como lavagem de dinheiro, instituição financeira clandestina e caixa dois. Na ocasião, um gerente da empresa também foi preso pela PF.
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Dos R$ 85 milhões apreendidos, R$ 25 milhões estavam em reais e o equivalente a R$ 60 milhões foram encontrados em moedas estrangeiras. Entre as moedas havia dólares americanos, australianos e canadenses, francos suíços, libras esterlinas, euros, ienes, pesos argentinos, chilenos, mexicanos, colombianos e uruguaios, além de randezar, iuans e coroas norueguesas, dinamarqueses e suecas.
Segundo a PF, a empresa de segurança e transporte de valores comercializava ilegalmente moedas estrangeiras em Pernambuco e São Paulo. O gerente que havia sido preso foi liberado após o pagamento de fiança. Na época da operação, o homem não teve a identidade revelada, mas a polícia confirmou que ele era natural do Rio de Janeiro e residia no bairro de Boa Viagem.
Assalto na Brinks
Na madrugada de hoje, a Brinks voltou às manchetes dos noticiários. Desta vez por ter sido vítima de uma ação classificada como "cinematográfica" pelos moradores de bairros da Zona Oeste do Recife. As pessoas foram acordadas pelos fortes barulhos de tiros disparados por um quadrilha formada por mais de 20 bandidos e fortemente armada. A troca de tiros com a polícia teria sido iniciada ainda durante uma Blitz do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) na Avenida Recife.
De acordo com o comandante da Polícia Militar, Vanildo Maranhão, o grupo chegou na avenida com caminhões, por volta das 3h. Um policial foi ferido de raspão na perna por um tiro de fuzil. A quadrilha ainda explodiu o muro da loja de conveniências de um posto de gasolina ao lado da empresa Brinks, e conseguiu acessar diretamente a sala onde o cofre estava instalado. No local, plantaram mais explosivos para arrombar o equipamento. A estimativa inicial é de que R$ 60 milhões tenham sido levados.
A Rádio Patrulha foi acionada de imediato para cercar os bandidos, que estariam todos já dentro da empresa, e a Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE) entrou com um grupo tático. Foi quando houve o segundo confronto com os criminosos. Um policial da CIOE foi atingido de raspão no braço e outro da Rádio Patrulha foi ferido de raspão na orelha. Carros carbonizados foram deixados na Avenida Doutor José Rufino, para impedir o trânsito no local, e no Viaduto Ullysses Guimarães, sobre a Avenida Recife.
Até o momento, ninguém foi preso. Segundo informações repassadas pelo gestor do Departamento de Proteção contra os crimes Patrimoniais (Depatri), dois locais estavam passando por análises da perícia ainda esta tarde. Um coletiva de imprensa marcada para hoje dará mais detalhes da ação da polícia.
Em nota, a Polícia Federal se manifestou sobre o caso que voltou à tona após o assalto desta terça-feira (21).
"A Brinks foi alvo de uma operação realizada pela PF chamada Grande Truque no ano de 2015 e em em virtude de tais irregularidades, a PF instruiu 2 processos que culminaram com o cancelamento punitivo das atividades da empresa no ano de 2015 - porém, a BRINKS recorreu e conseguiu junto à justiça a suspensão dos dois processos da PF e vinha desenvolvendo suas atividades por força de decisão judicial."