O Hospital Miguel Arraes divulgou na manhã desta terça-feira (21) o boletim sobre o estado de saúde do jovem Edvaldo da Silva Alves, baleado por um policial militar em Itambé, Zona da Mata de Pernambuco. Na nota, a diretoria afirma que o rapaz continua internado na Unidade de Terapia Intensiva, mas apresentando melhora progressiva. Ele ainda está fazendo uso de respiração mecânica e passando pelo processo de diálise, necessária quando o paciente apresenta insuficiência renal. Este é o terceiro boletim sobre o estado de saúde do jovem. O primeiro foi divulgado no domingo (19).
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Edvaldo foi baleado na última sexta-feira (17), enquanto participava de um protesto na cidade. Segundo uma testemunha, o ato era pacífico e, enquanto os manifestantes aguardavam a chegada da imprensa, policiais militares chegaram ao local fazendo ameaças e teriam ordenado o fim da manifestação. Um vídeo que mostra o momento que o jovem foi baleado repercutiu na internet. Na gravação, o oficial, com patente de capitão, diz: “É esse que vai levar o tiro primeiro?”. Na sequência, ele chama o soldado que dispara o tiro contra Edvaldo.
Em comunicado, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirma que instaurou inquérito policial e procedimento administrativo para apurar o fato. Informa ainda que os PMs foram retirados das funções de policiamento ostensivo até a investigação ser concluída. A Corregedoria da SDS também está atuando no caso. O episódio envolveu dois oficiais e um soldado da 3ª Companhia de Policiamento de Goiana, cidade vizinha a Itambé. O Ministério Público de Pernambuco anunciou nesta terça (21), que vai entrar no caso.
Família afirma ter sido impedida de prestar queixa
Logo depois da ação, filmada por manifestantes, o irmão do Edvaldo foi até a delegacia, mas, segundo o advogado da família, Ronaldo Jordão, os agentes de serviço se recusaram a fazer o registro por envolver denúncia contra PMs. Em nota, a Polícia Civil negou que houve obstáculo para os parentes prestarem queixa. “A Polícia Civil desconhece que tenha havido tentativa, por parte de funcionários da delegacia, de impedir o depoimento da família. Ao contrário, a polícia tem todo o interesse em esclarecer os fatos, já tendo tomado os depoimentos dos policiais militares envolvidos, testemunhas, além da realização de diligências e perícias criminais.” Hoje os familiares vão até a delegacia para serem ouvidos pela polícia.