BOA VIAGEM

Suspeito de matar fisioterapeuta é autuado por homicídio triplamente qualificado

O comerciante Edvan Luiz, 29 anos, foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado pela morte de Tássia Mirella Sena de Araújo, 28

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Publicado em 06/04/2017 às 10:47
Foto: Reprodução/TV Jornal
O comerciante Edvan Luiz, 29 anos, foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado pela morte de Tássia Mirella Sena de Araújo, 28 - FOTO: Foto: Reprodução/TV Jornal
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Atualizada às 12h17

O comerciante Edvan Luiz, 29 anos, foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado pela morte da fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, 28, dentro de um flat em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, nessa quarta-feira (5).

A polícia chegou ao homem, que era vizinho da vítima, após identificar marcas de sangue próximo à porta do apartamento dele. Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) visualizaram vestígios na maçaneta e no corredor do edifício. Uma camisa dele com manchas de sangue da vítima também foi encontrada.

Na tarde de quarta-feira (5), Edvan Luiz foi levado para a sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Após prestar depoimento, ele foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito.

Segundo o gestor do DHPP, o delegado Ivaldo Pereira, o comerciante nega participação no crime, mas entrou em contradição ao responder algumas perguntas feitas pelos agentes.

Morte de fisioterapeuta em Boa Viagem

Segundo informações, por volta das 7h, vizinhos ouviram gritos. Mirella, natural de Vitória de Santo Antão, morava em um dos oito apartamentos do 12º andar do prédio desde dezembro do ano passado. Foi o vizinho da porta ao lado que conseguiu ver, pela janela, o corpo da jovem ensanguentado na sala. Ele chamou o síndico e a polícia foi acionada.

Mirella, como costumava ser chamada, morava sozinha no flat há mais ou menos 4 meses / Foto: Reprodução/Facebook

As autoridades teriam chegado rapidamente ao local e isolado as entradas. Mirella foi encontrada no chão, sem roupas, com um corte profundo na garganta e ferimentos nas mãos. A perícia constatou sinais de relação sexual, mas não se sabe se ela foi vítima de estupro.

A polícia chegou ao suspeito ao encontrar manchas de sangue na porta do flat. Após várias tentativas de contatá-lo e com a constatação de que ele não havia deixado o prédio, a polícia invadiu o apartamento e encontrou o homem dormindo no quarto. O suspeito é casado e mora no mesmo andar de Mirella. Ele negou envolvimento no crime, afirmando ter cruzado poucas vezes com a vítima no elevador.

De acordo com os peritos, ele estava com arranhões e hematomas pelo corpo. O homem, que trabalha como comerciante da área de cosméticos, justificou dizendo que teria passado a noite fora e se envolvido em briga com um flanelinha, mas caiu em contradição.

A camisa usada pelo comerciante nas imagens gravadas foi encontrada ensanguentada no prédio ao lado da cena do crime, como se tivesse sido jogada pela janela. Às 21h30, peritos o Instituto de Criminalística (IC) estiveram novamente no flat para uma vistoria complementar.

Autoridades, amigos e familiares desconhecem qualquer relação entre o suspeito e Mirella. "Ela não tinha namorado, era muito focada no trabalho", contou a tia Sílvia Cordeiro. A fisioterapeuta trabalhava como representante de produtos farmacêuticos. O delegado responsável pelo caso é Francisco Océlio, do DHPP. 

''Deus não queria isso para mim'', diz mãe de Tássia Mirella

O enterro da fisioterapeuta Tássia Mirella de Sena Araújo, 28 anos, morta na quarta-feira (5) dentro de um flat em Boa Viagem, aconteceu sob forte comoção no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, na manhã desta quinta-feira (6). Ainda sem acreditar no assassinato brutal, a mãe da vítima pede justiça. "Eu não aceito a morte da minha filha desse jeito, Deus não queria isso para mim, eu quero justiça. Mirella era uma guerreira e lutava contra a violência contra a mulher. É uma dor muito grande, estou sem forças", afirmou.

Velória Tássia acontece sob forte comoção / Foto: Maria Luísa Ferro/JCFoto: Maria Luísa Ferro/JC

Os amigos da fisioterapeuta escreveram uma carta em homenagem a ela. "O que não podemos esquecer é que queremos justiça. O assassinato de Mirella não pode ficar impune. Precisamos de forma veemente evitar que mais uma Mirella, Maria ou Ana seja morta de forma tão brutal", diz um trecho do texto lido durante o velório.

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