VIOLÊNCIA

Advogado que estava no centro espírita relata momentos de terror

Local foi assaltado na noite de quarta-feira em Jaboatão. Advogado estava com a esposa

Da editoria de Cidades
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Publicado em 06/07/2017 às 16:27
Foto: Leo Motta /  JC Imagem
Local foi assaltado na noite de quarta-feira em Jaboatão. Advogado estava com a esposa - FOTO: Foto: Leo Motta / JC Imagem
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Um advogado de 39 anos que estava assistindo à palestra no Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na noite de quarta-feira, relatou os momentos de terror que ele e mais umas 200 pessoas passaram. Sete ladrões invadiram o centro espírita e anunciaram um assalto. Dois deles morreram e um ficou ferido. Uma senhora que também acompanhava a palestra morreu no local. Um PM que reagiu à investida morreu no Hospital da Restauração (HR), no Recife.

"Estava com minha esposa. Frequentamos o Geap há cerca de dois anos. Graças a Deus meu filho, de 14 anos, que iria também, não foi. Minha mãe também estava programa para ir, mas desistiu para ajudar nossa família num restaurante nosso. Foi terrível", relatou o advgado, que pediu para não ser identificado.

Leia o relato dele:

"Tive a infeliz experiência de passar por este assalto e a gratidão de não ter sido atingido depois de ficar na linha de tiro com minha esposa. Frequentamos esse Centro a alguns anos, inclusive nosso filho, que por outra feliz coincidência se encontra viajando. Perdi bens materiais relógio, aliança, mas tudo isso recuperamos.

O policial foi obrigado a reagir ao assalto vez que ele estava armado e um dos meliantes mandava a toda hora os homens tirar a camisa, segundos após um acabar de pegar meu relógio e mandar deitar, o que fiz de pronto.

Alguns escondiam celulares e relógio em meias dentro da calça, etc..., deitados minha esposa pedia pelo amor de Deus entregar. Dizia "Não faça isso". Daí começaram os tiros. Deitados, procurávamos cavar o chão, coloquei as cadeiras de PVC protegendo a cabeça. Uma senhora e o policial foram alvejados, não sei quantos tiros, achei que quem havia sido atingido na cabeça seria a mulher.

Passado o tiroteio vi uma pessoa tentando ajudar a mulher que parecia ter tido choque hipovolêmico e com parada cardíaca. O policial, inerte no chão, ao lado de um 38 usado em péssimo estado de conservação. Ouvia familiares gritando em tom de desespero. Os celulares que sobraram nas mãos das pessoas acionavam a polícia e o SAMU.

Passou perto de nós uma senhora com pedaços do que parecia ser parte de massa encefálica da cabeça da mulher (que soubemos agora ter sido do policial). Minha esposa, também em pânico perguntou, se ela estava bem, mas parecia que ela nem entendia o que havia se passado, se abraçaram e as duas ficaram ensanguentadas.

Uma das colaboradoras do Geap buscava o marido que era policial e temia por sua vida, mas felizmente ou não (Não se deve valorar a vida por outra) ele estava bem. Enfim, um show de horrores!!! Peço a Deus que nenhum de vocês e ninguém passe por isso."

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