Um dia após o latrocínio que acabou com a morte de quatro pessoas no Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap) em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que, além do cabo da Polícia Militar Alexandro Alves de Melo morto na ação, um segundo PM também estava no local e reagiu. De acordo com os investigadores, o agente, que não teve a identidade revelada, estava no primeiro andar do prédio quando ouviu os disparos e desceu ao local do crime, entrando em confronto com os bandidos. No embate, este segundo policial baleou três suspeitos, levando dois à morte.
Com a nova informação, os investigadores voltam atrás com a primeiras informações repassadas e informam que ainda não concluíram se Alexandro disparou contra os criminosos ou não. Exame de balística realizado na arma do cabo, uma pistola ponto 40, que foi apreendida no centro espírita, ainda não tiveram os resultados divulgados, mas há indícios de que ele não teria reagido à investida. Inicialmente, a Polícia Civil havia informado que, após a ordem dada pelos criminosos de que os homens presentes no GEAP deveriam tirar a camisa, o cabo Alexandro que estava armado, teria reagido e, por esta razão, foi alvejado na cabeça pelos criminosos. Não há previsão para conclusão do exame feito na pistola.
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Nova versão oficial
Em nota divulgada nesta quinta-feira (6), baseando-se ainda em informações "iniciais", a PCPE afirmou que o cabo Alexandro "foi executado de forma covarde quando tentou proteger sua vida e de outras pessoas que estavam no centro", mas não detalhou como o cabo teria agido para realizar essa proteção. Ainda segundo o texto divulgado mais de 20 horas após o crime, "outro policial, também estaria presente, quando teria escutado os disparos do primeiro andar do Grupo Espírita, e teria descido, entrando em confronto com os assaltantes". Com os tiros, Cleiton Fiorentino de Oliveira, de 23 anos, e Felipe Lima Ferreira da Silva, 18, tentaram fugir, mas caíram mortos na rua do centro. O terceiro suspeito baleado, Jefferson Gonçalo da Silva, 22, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, mas foi transferido e está custodiado no Hospital Getúlio Vargas.
Investigação
A Polícia Civil de Pernambuco encontrou no final da tarde desta quinta-feira (6) um carro utilizado pelos criminosos para a fuga. O veículo foi abandonado ainda no bairro de Piedade com marcas de sangue, o que, de acordo com as investigações, indica que outro assaltante também teria sido ferido durante a ação.
Todos os criminosos identificados até agora já eram conhecidos da polícia. Cleiton Fiorentino de Oliveira havia sido preso por tráfico de drogas em 2013 e havia um mandado de prisão aberto contra Felipe Lima Ferreira da Silva por roubo qualificado. Jefferson Gonçalo, o único preso até a noite desta quinta, havia sido preso em 2016, por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O crime será investigado pelo delegado Ian Campos, da Divisão de Homicídios Sul.
Vítimas
Após ser baleado, Alexandro chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta quinta (6) no Hospital da Restauração, na região central do Recife. O corpo do agente foi sepultado na tarde desta quinta Memorial Vale da Saudade, em Igarassu, no Grande Recife. Além de Alexandro e dos três assaltantes, uma senhora de 57 anos também foi atingida no tiroteio e morreu.
