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A mulher que abandonou um bebê recém-nascido em um canal nos Torrões, comunidade da Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, no último dia 24 de setembro, foi localizada pelo polícia nesta sexta-feira (6) e confessou o crime.
Segundo a Polícia, as informações sobre o caso serão divulgadas somente na na segunda (9), quando o inquérito for concluído, com o objetivo de não atrapalhar as investigações.
Relembre o caso
O bebê foi abandonado em um canal nos Torrões, comunidade da Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, no último dia 24 de agosto. O recém-nascido foi encaminhado para o Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga, também Zona Oeste, e recebeu alta no dia 29. De acordo com o conselho tutelar, a criança seria encaminhada para um abrigo.
O conselho tutelar ainda informou, à época, que nenhum dos familiares da criança havia sido localizado. O bebê, que foi encontrado ainda com o cordão umbilical por policiais militares, nasceu com 49 centímetros e 2,675 kg de uma gestação regular. Ele recebeu o nome provisório de José Fernando.
Adoção
O cabo da Polícia Militar José Fernandes Domingues, que resgatou a criança naquela noite, comovido com a situação, despertou interesse em adotá-la. "Se a interpretação do juiz for para que eu não adote a criança, não tem problema. Vou me cadastrar na fila para pelo menos ser o padrinho dele", contou o PM em entrevista à Rádio Jornal na semana em que o bebê foi resgatado.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, a juíza Cristiana Caribé, titular da Vara da Infância e da Juventude de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, explicou que as primeiras providências antes de colocar o bebê para adoção são tentar localizar os pais e, ainda, parentes da criança.
“Muitas vezes, casos de abandono como esse são provocados por gestantes que não receberam a atenção devida durante a gravidez, que não têm o apoio do companheiro, por exemplo, e que podem se arrepender do que fizeram. Muitas, às vezes, vivem a depressão pós-parto. É preciso entender que o amor materno não é algo intrínseco à mulher”, afirmou.
"Temos que tentar localizar parentes que podem estar interessados em assumir a criação”, ponderou. Um programa de apoio às mulheres que não pretendem assumir a criação do seu filho, tem a proposta de amparar quem não têm o apoio nem o direcionamento da família. O Programa Acolher está presente em muitas comarcas judiciais do Estado.
Investigação
A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar o caso no dia 24 de agosto. O crime foi considerado abandono de incapaz. O início das investigações ficaram sob responsabilidade da delegada Carmen Lúcia, titular da Várzea, mas foi encaminhado para o Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) e agora estava sob o comando da delegada Lúcia de Fátima.
O procedimento na Justiça sobre a adoção está correndo em paralelo e independentemente da investigação criminal.