Uma menina de 12 anos ficou grávida após ser estuprada no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife. O principal suspeito de cometer o crime é o padrasto dela, um pedreiro de 58 anos que mantinha um relacionamento com a mãe da criança há cinco anos. Segundo o conselheiro tutelar responsável pelo caso, João Luiz da Silva, os estupros começaram há dois anos, quando a vítima tinha 10 anos de idade, mas o caso só chegou ao órgão nesta semana, quando foi constatado que a criança já está com seis meses de gestação.
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“Uma das irmãs da vítima percebeu algo errado e denunciou ao Disque 100 no último dia 17. Na verdade, o marido dela, que possui uma oficina na frente da casa em que o suspeito morava com a mãe e a criança, percebeu que havia algo estranho”, diz o conselheiro. O suspeito levou mãe e filha para a sede do órgão em Areias, também na Zona Oeste, e lá, a menina contou que havia sido estuprada por um colega de escola, chamado Rafael, em um terreno baldio nas proximidades de onde mora. “Ela começou a se contradizer e também não conseguia dar detalhes da história, como o endereço do terreno, por exemplo”, continua João Luiz.
Após o depoimento, a criança foi levada até a Maternidade Professor Bandeira Filho, também em Afogados, onde foi constatada a gravidez. As duas foram para casa com vários encaminhamentos para serviços de saúde e para o Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas não foram até nenhum deles. “A irmã da vítima que insistiu para que elas fosse, afinal, mesmo sem suspeitas do padrasto, a criança relatou um estupro, precisava ser denunciado”, afirmou.
Ainda segundo o conselheiro, o homem levou mãe e filha até certo ponto do caminho para a DPCA e depois foi embora dizendo que ia trabalhar numa obra, como pedreiro. Mãe e filha desistiram de ir até o departamento e o suspeito desapareceu. A partir daí, as suspeitas começaram e a irmã da criança voltou ao Conselho Tutelar, que quando ouviu a criança novamente, soube de toda a história envolvendo o padrastoda vítima.
“Os estupros começaram quando ela tinha 10 anos. Ele a ameaçava, ameaçava a mãe dela. E quando alguém questionava se a menina deveria ser levada ao hospital, ele dizia que era apenas um caso de prisão de ventre”, finalizou o conselheiro. Segundo ele, o padrasto ainda chegou a entrar em contato com a mãe e negou a autoria dos estupros e a paternidade do bebê. Ele disse que ia embora pois tinha medo de ser linchado no local onde vivem.
Desfecho
Nessa quinta (19), uma queixa foi prestada na DPCA, que investiga o caso. O suspeito fugiu. A mãe assinou um termo de advertência no Conselho Tutelar, por toda a situação. Ela, a vítima e outros familiares estão recebendo acompanhamento psicológico. A criança também está sendo acompanhada por uma equipe médica e deverá ser colocada sob proteção do órgão.
Segundo a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil, a delegada responsável pelo caso é a Dra. Ana Isabel, mas apenas na próxima semana ela deve se pronunciar sobre o caso.