Na manhã desta segunda-feira (30), às 10h, a Polícia Civil de Pernambuco vai apresentar mais detalhes sobre o caso de desvio de verba da merenda escolar no município de Buenos Aires, na Mata Norte de Pernambuco. A coletiva ocorre no auditório da sede Operacional da Polícia Civil, na rua da Aurora, centro do Recife.
A investigação ocorre no âmbito da Operação Samidarish, que apura o desvio de R$12 milhões em verbas públicas na Prefeitura e que prendeu o ex-prefeito, Gislan Almeida de Alencar (PSDB) e o atual vereador do município Flávio José Barbosa de Melo, conhecido como Flávio de Deda na última sexta-feira (27). Além deles, cinco empresários foram presos.
Investigações
De acordo com as investigações, os desvios começaram durante a última legislatura, entre 2013 e 2016. O prefeito é suspeito de envolvimento no superfaturamento de contratos na merenda escolar, no abastecimento de combustíveis e aluguel de veículos públicos.
Foram cumpridos também 11 mandados de condução coercitiva e 14 de busca e apreensão.
A ex-vice prefeita, Ana Carolina Maranhão (PSB) foi conduzida coercitivamente para prestar esclarecimentos à Polícia. Todos os envolvidos são investigados pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitação e organização criminosa.
Lavagem de Dinheiro
A Polícia Civil afirma que o vereador de Buenos Aires, Flávio de Deda, reeleito em 2016, abriu o restaurante "Comendador" no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, com a intenção de lavar o dinheiro proveniente do esquema.
De acordo com as investigações, há a suspeita de que o cometimento dos crimes não tenham sido encerrados com o fim do mandato de Gislan. Além do ex-prefeito e do atual vereador, sete empresários também são alvos dos mandados de prisão.
O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle do Amaral, explicou que não há indícios que o atual prefeito da cidade, Fabinho Queiroz (PR), tenha participação no esquema criminoso. O delegado ponderou, no entanto, que as investigações permanecem, uma vez que há indícios de que o esquema permanece na Prefeitura.
Arma encontrada
Além dos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitação e organização criminosa, Flávio de Deda também será processado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, em razão de um revólver que foi encontrado pelos policiais durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão.