Uma idosa foi encontrada morta a facadas dentro de casa, na manhã desta terça-feira (9), no bairro do Cabanga, Zona Sul do Recife. Um homem que havia se mudado há dois meses para a rua em que a mulher morava é o principal suspeito. O Instituto de Medicina Legal (IML), foi acionado por volta das 11h, na Rua Escritor de Souza Barros, localizada em frente ao 7º Quartel de Suprimentos do Exército.
Segundo a perícia, Neide Santiago de Oliveira, 77 anos, foi assassinada durante a madrugada, com três facadas no pescoço e outras duas no tórax. Ela estava sem roupas íntimas, o que levantou a suspeita de um possível abuso sexual que só poderá ser confirmado após exames e coletas de materiais genéticos.
A idosa foi encontrada pelos vizinhos que sentiram falta dela durante a manhã. Ela, que sempre estava acordada cedo, até às 10h não havia ido à rua. Receosos, os moradores entraram na casa e a encontraram morta, acionando a polícia em seguida. "Ninguém acredita no que aconteceu. Ela era uma pessoa querida, agradava todo mundo. Até os policiais quando chegaram se assustaram quando viram quem era; ela falava sempre com eles, com todo mundo da rua", lamenta um homem que morava na mesma rua que a vítima há anos.
O principal suspeito do crime é um homem identificado como José Augusto dos Anjos, 48 anos, mais conhecido como "Nego". Ele havia se mudado da Bahia para o Recife há aproximadamente dois meses e morava duas casa depois da de Neide Santiago. Ele, que é usuário de drogas, teria pedido dinheiro a várias pessoas da rua na noite anterior ao crime. O homem foi detido e encaminhado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife.
Motivação do crime
Na noite da segunda-feira (8), a idosa havia pedido a senha do cartão de débito a uma amiga que administrava a conta dela, já que Neide era analfabeta. "Ela chegou pedindo a senha e minha irmã disse que não ia dar, porque ela não precisava mexer na conta; já estávamos desconfiados que o dinheiro seria pra ele [suspeito], porque ele estava junto com ela nessa hora", conta o vizinho da idosa que a tinha como irmã.
"A relação da gente era de confiança. A gente foi criado junto, aí como ela não sabia ler, minha irmã tomava conta das coisas dela; a gente era como irmão", lamenta o vizinho. Mesmo com o alerta dos amigos, a senhora, que era muito querida na comunidade, não media esforços para ajudar a qualquer pessoa, inclusive a este rapaz suspeito de praticar o crime contra ela.
A filha adotiva da vítima, Rosangela Feijó, disse que a mãe foi responsável por conseguir onde o suspeito morar, fornecia comida e até dava dinheiro para ele. "Quero justiça pela morte dela. Mas tenho receio da audiência de custódia soltar esse homem e ele vir atrás da gente", comentou. As primeiras informações apontam que a motivação do crime seria financeira. O caso está com a delegada Carmem Lúcia, do DHPP.