Um homem tido como mandante de vários homicídios nos bairros de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, foi preso pela quarta vez. Enquanto estava no presídio, mantinha a chefia do crime. “A ordem da matança vinha dentro da cadeia. Só neste ano, seis homicídios mandados por ele já foram registrados”, relata o delegado Gilmar Rodrigues, em coletiva com a imprensa nesta quarta-feira (28).
Edney de Melo Silva, de 38 anos, foi preso na terça-feira (27), em Olinda. “Ele é o dono de Águas Cumpridas e todos os outros bairros, como: Alto do Sol Nascente, Córrego do Abacaxi, Alto da Bondade e nas imediações da Avenida Presidente Kennedy”, acrescenta Gilmar. Gringo, como é conhecido, já foi alvo de três operações de repressão qualificada. O delegado considera a prisão de Gringo como “um troféu para a cidade”.
Dois integrantes do grupo também foram presos. Na terça-feira (27), Anderson Silva dos Santos, de 29 anos, conhecido como “Negão”, foi preso em Olinda e encaminhado ao Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife; e Luana Mendonça dos Santos, de 18 anos, foi capturada na manhã desta quarta-feira (28), na mesma região, sendo enviada à Colônia Penal Feminina, no Recife. Eles, juntamente com Edney, respondem por ter organizado a morte de um dos integrantes da facção, no dia 6 de fevereiro deste ano, na Ladeira dos 13, em Olinda. “Jeferson, conhecido como ‘De Pano’ foi morto em uma emboscada”, conta o delegado.
A morte de Jeferson teria sido encomendada por Luana. Segundo investigações da polícia, De Pano e Bruno - namorado de Luana, estavam desviando o dinheiro do tráfico para usar com mulheres e bebida. Conforme Gilmar Rodrigues, "Luana pediu ao chefe que mandasse matar o rapaz, porque Bruno havia prometido se casar com ela, e a amizade com Jeferson estava atrapalhando o relacionamento deles", aproveitando a desavença que Gringo estava tendo com o comparsa por conta do extravio do dinheiro.
Cavalo, casas e um alto padrão de vida
Gringo mantinha um alto padrão de vida sustentado pelo lucro do tráfico de drogas. Em investigações, a polícia descobriu que ele tinha um cavalo de alto valor e um sítio com vários imóveis. “É um empresário do crime. Até para matar ele terceiriza alguém que faça o trabalho”, destaca Gilmar.