BELO JARDIM

Família acusa hospital de negligência após morte de bebê no Agreste

Segundo família, adolescente de 17 anos foi forçada a passar por parto normal

JC Online
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Publicado em 30/07/2018 às 21:54
Foto: Reprodução/ TV Jornal
Segundo família, adolescente de 17 anos foi forçada a passar por parto normal - FOTO: Foto: Reprodução/ TV Jornal
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A família de uma jovem de 17 anos denunciou por negligência o Hospital Júlio de Alves Lira, em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, alegando que o bebê dela morreu logo após o parto, na quinta-feira (26). Em nota, o hospital informou que houve "uma triste fatalidade sem precedentes clínicos aparentes". A polícia está investigando o caso.

De acordo com os familiares, a adolescente deu entrada na unidade de saúde na última quinta-feira (26), sentindo muitas dores, e teria sido forçada a passar por um parto normal. 

A jovem foi para o hospital se queixando de muitas dores. Ao chegar no local, a adolescente afirmou que os médicos teriam aplicado uma injeção nela e a contaram que ela estava com uma infecção urinária. A mãe da vítima contou que o bebê teria nascido com vida, mas não sobreviveu.

Ainda segundo os familiares da adolescente, o hospital não quis explicar a morte da criança, pedindo para que não fosse realizado o laudo médico da morte do bebê. A unidade de saúde teria dito que era desnecessário informar a causa da morte da criança porque seria um procedimento burocrático, querendo, apenas, liberar o corpo dela.

O hospital 

Por meio de nota, o Hospital Júlio Alves de Lira informou que a criança, infelizmente, nasceu morta. A unidade de saúde ainda lamentou o ocorrido e afirmou "que foi prestada toda assistência necessária à paciente, tendo o incidente sido uma triste fatalidade sem precedentes clínicos aparentes, e que, mesmo assim, estará promovendo a abertura de sindicância dentre outros procedimentos internos para a averiguação da existência de qualquer irregularidade no caso".

Leia a nota do hospital: 

O Hospital Júlio Alves de Lira informa que a paciente em questão deu entrada na unidade no dia 26 de julho de 2018, às 17h30, com o quadro de gestação e reclamando de dores. Segundo relato de familiares, a mesma havia sofrido um susto e foi encaminhada à obstetrícia, onde foi atendida por enfermeira e um medico plantonista dos quadros do município.

Após exames, foi verificado que a paciente estava com o colo do útero fechado e o feto apresentava batimento cardiofetal, estando a paciente com uma ultrassom que apresentava 33 semanas de gestação.

Diante do quadro, foram tomadas todas as providências necessárias, tendo a paciente ficado em observação até próximo as 22h, quando começou a reclamar de dores, sendo naquele momento realizados novos exames, estes que constataram a abertura do colo do útero, entrando, em seguida, em trabalho de parto, tendo a criança, infelizmente, nascido morta.

A equipe de ginecologia e obstetrícia reforça que não existe uma recusa por parte do hospital em realizar o parto cesariano. A decisão da equipe médica-obstétrica do Hospital Júlio Alves de Lira baseia-se sempre no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para cesariana, do próprio ministério da saúde, que estabelece um modelo de indicação para o procedimento.

No caso da paciente citada, a equipe avaliou que não havia recomendação para o parto cesário, visto que não havia comprometimento materno ou fetal sobre o bebê.

O hospital lamenta o ocorrido e ressalta que foi prestada toda assistência necessária à paciente, tendo o incidente sido uma triste fatalidade sem precedentes clínicos aparentes, e que, mesmo assim, estará promovendo a abertura de sindicância dentre outros procedimentos internos para a averiguação da existência de qualquer irregularidade no caso.

Investigação

Segundo o delegado João Carlos, que está responsável pelo caso, a investigação está em andamento. A polícia aguarda o laudo da perícia. "Vamos apurar os motivos do falecimento e, ainda que o bebê tenha nascido morto, saber se essa morte foi em decorrência da prematuridade ou dos procedimentos tomados pelos responsáveis pelo parto", explicou.

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