Conseguir uma vaga em serviços que oferecem equoterapia no Recife nem sempre é fácil. Além do custo alto (R$ 330 por mês, em média), é preciso enfrentar lista de espera em algumas situações. No Centro Elohim de Equoterapia, cerca de 40 pessoas aguardam para serem atendidas por uma equipe formada por profissionais de terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e equitação.
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“São 24 pessoas por dia. Cerca de 20% do público paga mensalidade. Outros 80% são custeados pelo governo do Estado, via convênio com a Secretaria Estadual de Saúde, que encaminha pacientes dos Hospitais Barão de Lucena e Agamenon Magalhães, Imip e AACD”, informa a coordenadora do Centro Elohim, Georgia Veras. Para ter acesso ao serviço, é necessário que os pacientes estejam em atendimento em uma dessas unidades de saúde. Pelo convênio, as vagas são destinadas apenas aos que têm deficiência intelectual.
Foi por essa limitação que a publicitária Lise Suassuna, 40 anos, não conseguiu atendimento no centro para a filha, a estudante Lua Suassuna, 4, que tem paralisia cerebral, diagnosticada aos 4 meses de vida. “Ela é paciente da AACD, mas não registra deficiência intelectual. Por isso, não pode ser incluída nesse convênio. Então, procuramos outra alternativa, mesmo tendo que arcar com as despesas, pois acreditamos no potencial da equoterapia”, diz Lise.
Há 10 meses, duas vezes por semana, no Caxangá Golf & Country Club, Zona Oeste do Recife, Lua faz uma série de atividades com a égua Flick. “Observo que ela melhorou a postura, o equilíbrio e a abertura de quadril”, conta Lise. Os ganhos alcançados pela garota são explicados pela terapeuta ocupacional Layla Falcão: “O movimento do cavalo se assemelha ao da marcha humana. Isso faz o praticante ter reações de equilíbrio e de correção postural para se manter sobre o animal. Tudo é feito de forma lúdica”.
O Caxangá Golf & Country Club também oferece equoterapia para crianças e jovens com múltiplas deficiências na Comunidade Rodolfo Aureliano, no Engenho do Meio, uma das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). “Eles alcançam os mesmos benefícios de qualquer praticante. E, claro, ganham autoestima e segurança”, comenta a psicóloga Amélia Granja.
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