Saúde

Pernambuco tem mais 3 óbitos por síndrome respiratória grave

A SRAG é uma das complicações mais sérias provocadas pelo H1N1. No entanto, mortes ainda estão sob investigação pelo Estado

Da editoria de Cidades
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Publicado em 05/04/2016 às 6:04
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A SRAG é uma das complicações mais sérias provocadas pelo H1N1. No entanto, mortes ainda estão sob investigação pelo Estado - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Em 15 dias, Pernambuco registrou mais três casos de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) que evoluíram para óbito, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentado ontem com dados até 26 de março. O informe com casos de duas semanas anteriores mostrava duas mortes pela síndrome, que pode ser causada por vários agentes infecciosos, principalmente pelos vários tipos de vírus influenza, incluindo o H1N1. Os óbitos, em investigação, também podem ter sido provocados por adenovírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza e bactérias, além de fungos.

O balanço também revela aumento de pessoas infectadas pelo H1N1, que tem levado autoridades de saúde a dedicarem mais atenção para o monitoramento dos casos, especialmente aqueles graves ligados ao vírus ainda antes do inverno. Agora, no Estado, são 32 casos de influenza por causa do H1N1. O boletim de 15 dias passados mostrava que, pelo menos, 13 pessoas foram acometidas pelo vírus em Pernambuco. O aumento é de 146% e, ainda assim, não denota o volume de novos casos de gripe por H1N1, já que as confirmações são feitas com base na coleta de cinco amostras semanais por unidades sentinelas, que monitoram o atendimento por gripe. 

“Os casos de síndrome gripal que deram positivo para H1N1 nos dizem como está a circulação do vírus, mas não representam a incidência da doença”, diz a gerente de Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis da SES, Ana Antunes. Ela reforça que Pernambuco não vive um cenário de surto, mas que a pasta está em alerta por identificar aumento da circulação de H1N1. 

No ano passado (até a 12ª semana epidemiológica), foram notificados 194 casos de SRAG, mas nenhum dos casos teve como causa H1N1. Para o mesmo período deste ano, o universo é menor: são 104 casos de SRAG, mas com oito confirmações de H1N1. 

O Brasil já registra 71 mortes por complicações pelo H1N1, segundo o Ministério da Saúde. Desse total, 55 ocorreram em São Paulo, que registra um avanço de casos graves ligados ao vírus. Ao todo, o País tem 444 casos de SRAG ligada ao H1N1 (oito em Pernambuco). “A SRAG não é só causada por influenza. A questão é que, em época de aumento de casos como agora, logo se pensa em H1N1 e influenza B. Noto que tem ocorrido subdiagnóstico e subnotificação de casos e óbitos”, diz a infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Vera Magalhães. A médica acredita que os números oficiais de gripe por H1N1 em Pernambuco ainda devem aumentar nos boletins das próximas semanas, mas acredita que o Estado está em curva de declínio de registros. 

“Geralmente esses surtos duram de dois a três meses, e percebo que os casos aqui começaram em janeiro. Então, pode ser que, na prática, já tenha ocorrido um maior número de pessoas infectadas. Ainda assim, a vacinação deve ser valorizada, especialmente nos grupos prioritários, como crianças e idosos”, reforça Vera. A aposentada Angela Siqueira, 61 anos, faz parte do grupo que não deixa a imunização de lado. “Desde que comecei a tomar a vacina há três anos, não tenho mais gripe”, diz Angela, que gostaria de saber sobre a possibilidade de ser imunizada se estiver com um quadro gripal. “Qualquer pessoa que tenha quadro febril ou qualquer outra doença, como dengue, não deve se vacinar. Já uma rinite alérgica, por exemplo, não impede a imunização”, esclarece Vera Magalhães. 

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