Com o objetivo de fortalecer a estratégia de monitoramento do Aedes aegypti, a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde instalou ontem, no Porto do Recife, 92 ovitrampas – armadilhas de garrafas pet pintadas de preto que simulam um ambiente ideal para proliferação do mosquito. Com isso, a capital pernambucana passa a ter cerca de mil ovitrampas espalhadas pelos bairros, a fim de apresentar novo indicador sobre a infestação do Aedes, responsável pelo adoecimento de quase 50 mil pessoas em todo o Estado este ano, levando em consideração os casos de dengue, chicungunha e zika confirmados até o último dia 10.
“A região do Porto do Recife corresponde a aproximadamente 60% de todo o Bairro do Recife, cuja área residencial tem mais outras 17 ovitrampas. Alguns outros bairros da cidade já possuem as armadilhas, como Alto José Bonifácio, Nova Descoberta e Mangabeira”, informa o gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. Ele acrescenta que a previsão é chegar, até o fim deste ano, com 2,7 mil ovitrampas distribuídas pela cidade. “É um novo indicador de infestação do mosquito.”
CONTROLE
Construídas para coletar ovos do Aedes, as ovitrampas têm água e larvicida biológico, além de uma palheta feita de folha onde as fêmeas depositam os ovos. O objeto serve para avaliar a infestação no local de modo mais preciso. A cada 15 dias, agentes de saúde ambiental e controle de endemias trocam a água e recolhem as palhetas, que são analisadas no laboratório do Centro de Vigilância Ambiental do Recife. A Secretaria de Saúde do Recife orienta as pessoas a não produzirem a armadilha em casa porque apenas um especialista tem habilidade para produzir ovitrampas corretamente e acompanhar de forma segura a infestação do Aedes aegypti.
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“Já se percebeu que, além de monitorar o Aedes, elas podem reduzir de forma significativa a proliferação do mosquito, quando aplicadas maciçamente”, destaca o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. “Vivenciamos época de queda de casos de arboviroses, o que faz a percepção de risco de adoecimento diminuir entre a população, mas é preciso continuar o trabalho de enfrentamento ao Aedes. Estamos numa guerra permanente”, garante Jailson.