Quando se fala sobre doença de Alzheimer, logo vem à mente a perda da memória recente, mas outros sintomas acompanham quem convive com a enfermidade, cujo dia de conscientização será lembrado na quarta-feira (21) em todo o mundo. Progressiva, a doença também afeta a linguagem e compromete a realização de tarefas do dia a dia. As pessoas com Alzheimer ainda tendem a apresentar distúrbios de comportamento, como irritabilidade e apatia. Especialistas orientam que, para melhor lidar com quem tem a doença, o cuidador (seja um parente ou profissional) precisa se cercar de informações, o que ajuda a compreender a evolução desse tipo de demência e a dar segurança enquanto se oferece assistência.
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“Nosso foco é orientar em relação a cuidados que oferecem maior conforto à pessoa com Alzheimer e a quem também acompanha o idoso”, diz o terapeuta ocupacional Antônio Rodrigues Júnior, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer/Regional Pernambuco (Abraz/PE). O primeiro passo é aceitar que mudanças precisam ser incorporadas à rotina familiar para se reorganizar o dia a dia, redistribuir tarefas entre filhos e netos e, dessa maneira, oferecer cuidados que atendam às necessidades da pessoa que convive com a doença, que atinge cerca de 25 milhões de pessoas no mundo – 90% dos casos têm início após os 65 anos de idade.
“Percebemos que os pacientes estão chegando para o diagnóstico na fase mais leve da doença, o que não acontecia anos atrás. Isso é importante porque os ganhos que se pode alcançar são maiores quando o tratamento medicamentoso e a reabilitação (inclui atendimento com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo) são iniciados nas fases leve e moderada”, esclarece Antônio. Seguir a rotina de cuidados é sempre um desafio para qualquer família, por mais esclarecida que ela seja. “Com o diagnóstico, vem um impacto grande. Aqueles que não buscam ajuda sofrem constantemente. Mas quando levamos informação, é mais fácil lidar emocionalmente com a situação. Quando a família entende e começa a buscar ajuda, o cuidado é mais tranquilo.”
DEPOIMENTO
Filha da comerciante aposentada Raquel Almeida, 79 anos, que iniciou o tratamento da doença há cerca de um ano, a bibliotecária Roseane Almeida, 53, é um exemplo de que o conhecimento sobre a doença é essencial para planejar e executar as ações de cuidado. “Comecei a ler sobre o assunto e a conversar com várias pessoas. Estou tranquila, mas foi difícil no início. Quando os primeiros sintomas apareceram, não entendia o que estava acontecendo e me sentia angustiada. Mas tudo já se acalmou com o entendimento da doença”, conta Roseane, que não tem dúvida de que a informação é um caminho não só para garantir qualidade de vida à pessoa com Alzheimer, mas também para amenizar o estresse de quem cuida.