Pelo menos quatro laboratórios estão envolvidos nas investigações sobre uma doença ainda desconhecida registrada na Bahia, que pode ter levado duas pessoa à morte. Foram notificados 52 casos suspeitos do quadro, dos quais 51 foram na capital Salvador e um no município de Vera Cruz.
As notificações ocorreram entre 14 de dezembro e 5 de janeiro. Especialistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), analisam se a enfermidade intitulada como "Mialgia Aguda a esclarecer", está relacionada com o consumo de peixes na região do Litoral Norte da Bahia. Amostras de pacientes analisadas no laboratório de virologia da instituição indicaram vestígios do enterovírus e do parechovírus.
Leia Também
- Medicamento para câncer de pulmão ajuda a reduzir progressão da doença
- Pernambuco registra 6 casos suspeitos de doença rara que ataca o sistema nervoso central
- Surto de doença misteriosa deixa Bahia em alerta
- SES investiga morte de paciente por doença rara em Pernambuco
- Câncer de próstata: 25% dos casos têm história familiar da doença
- Novembro Azul: saiba quais doenças mais afetam a saúde do homem
- Câncer de mama em homens representa 1% de todos os casos da doença
Caracterizada por uma mialgia aguda, que é uma dor intensa nos músculos, a doença tem como sintoma dores musculares súbitas, dores ao toque leve no corpo, urina escura cor de café, dores articulares e sudorese. Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Maria Aparecida Figueiredo, a origem da doença ainda não foi descoberta. "Existem casos parecidos registrados em outros países, mas não descobriram a causa", disse à Agência Brasil.
Investigação
Foram enviadas amostras de fezes dos pacientes a um laboratório da Fiocruz (RJ) para identificar a presença de enterovírus. Ao laboratório Adolfo Lutz (SP), foram encaminhadas amostras de peixes in natura para a investigação de metais pesados. Amostras de peixes consumidos por pacientes também serão enviadas a um laboratório no Alabama, nos Estados Unidos, para verificar a presença de toxinas. O Laboratório Central da Bahia também faz parte das investigações e amostras dos animais foram enviadas para laboratórios no Brasil e nos Estados Unidos para analisar uma possível contaminação por metais pesados.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que até o momento não existem resultados conclusivos, nem informações de casos parecidos em outros estados. A pasta informou que está investigando os casos em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e as secretarias municipais de Salvador e Vera Cruz.
Pelo menos quatro laboratórios estão envolvidos nas investigações sobre uma doença ainda desconhecida registrada na Bahia, que pode ter levado duas pessoa à morte. Foram notificados 52 casos suspeitos do quadro, dos quais 51 foram na capital Salvador e um no município de Vera Cruz. As notificações ocorreram entre 14 de dezembro e 5 de janeiro.
Os sintomas são semelhates aos de casos de enterovírus ou parechovírus, registrados na França (2008 e 2010), Dinamarca (2014) e no Japão (2008 e 2014). O enterovírus é a causa de doenças como a meningite viral em crianças.
Tratamento
Como as causas da doença ainda não são conhecidas, o tratamento é feito com hidratação e analgésico, além de observar a coloração da urina. O uso de anti-inflamatórios não é recomendado, para não piorar a situação dos rins.