Saúde

Febre amarela: Pernambucano deve se vacinar antes de viajar para área de risco

Hoje a possibilidade de uma pessoa que mora no Estado ter febre amarela só existe se ela visitar uma área de risco sem estar vacinada

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 12/01/2017 às 9:54
Alexandre Gondim/JC Imagem
Hoje a possibilidade de uma pessoa que mora no Estado ter febre amarela só existe se ela visitar uma área de risco sem estar vacinada - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O aumento de casos suspeitos de febre amarela leva autoridades de saúde a reforçarem a recomendação da vacina contra a doença. Em 15 municípios mineiros, o Ministério da Saúde investiga 48 casos e 14 mortes suspeitos de febre amarela, segundo boletim divulgado na quarta-feira (11). Em 2016, dos seis casos da doença (Goiás – 3; São Paulo – 2; Amazonas – 1), cinco deles foram a óbito. Atualmente, o Brasil tem registros só de febre amarela silvestre. Os últimos casos de transmissão urbana (pelo Aedes aegypti) são de em 1942, no Acre. Em Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), não foram detectados casos da doença em humanos nem em macacos. “Hoje, a possibilidade de um pernambucano ter febre amarela só existe se ele visitar uma área de risco sem estar vacinado”, explica o epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da SES. 

Leia no blog Casa Saudável: Tire suas dúvidas sobre a febre amarela e saiba como se proteger em regiões silvestres, rurais ou de mata

Devem se imunizar todas as pessoas que moram ou vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela (lista neste link do Ministério da Saúde: goo.gl/FFSzEH). O período de maior número de casos vai até maio, com transmissão considerada possível em grande parte do Brasil.

Os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes são os principais transmissores da febre amarela, além do Aedes albopictus, segundo a veterinária Silvana Leal, membro da equipe de arboviroses da SES.

AEDES AEGYPTI PODE SER VETOR? 

“Neste cenário atual, discutimos o risco de reurbanização da doença (volta da transmissão pelo Aedes aegypti). Se uma pessoa que não é vacinada vai para uma área de mata, é infectada (pelo mosquito silvestre) e retorna para o local onde reside nos dias de viremia (período em que o vírus circula no sangue), pode ser picada pelo Aedes aegypti nesse tempo. Isso favorece a possibilidade de transmissão urbana”, explica Silvana Leal.

Para afastar o risco, a SES orienta que os pernambucanos que forem para regiões silvestres, rurais ou de mata se imunizem contra febre amarela. A vacinação está disponível na rede pública de saúde. Devem ser aplicadas duas doses: uma aos 9 meses; o reforço é feito aos 4 anos. Dos 2 aos 59 anos, recomendam-se duas doses (intervalo de 10 anos entre a 1ª e a 2ª aplicação).

Além disso, a SES tem se organizado para iniciar uma rotina de busca ativa de casos de febre amarela em macacos doentes e mortos no Estado. “Vamos investigar o que eles tiveram: se foi raiva, febre amarela ou outra infecção viral”, destaca Dimech. Ele acrescenta que, se forem casos positivos para febre amarela (situação indica que condições para transmissão do vírus da doença estão favoráveis), é possível reforçar ações de prevenção e controle antes de a infecção chegar em humanos.

Na quarta-feira (11), a SES também reforçou a importância da vacinação contra caxumba (doença viral aguda caracterizada por febre e aumento das glândulas salivares) devido aos surtos da doença ocorridos em 2016.

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