O quinto balanço de 2017 de dengue, chicungunha e zika, divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), registra a primeira morte suspeita por arboviroses de Pernambuco. A vítima era residente da 12ª Gerência Regional de Saúde, com sede em Goiana, na Zona da Mata Norte. Como todos os casos, esse segue para investigação e será confirmado ou descartado pelo Comitê Estadual de Discussão de Óbitos por Dengue e outras Arboviroses. Segundo protocolo, é feita investigação domiciliar e hospitalar da morte e das informações complementares do quadro clínico do paciente. No mesmo período de 2016, quando Pernambuco enfrentava a tríplice epidemia, houve a notificação de 54 óbitos suspeitos para arboviroses.
Leia Também
- Teste de vacina contra zika mostra eficácia em camundongos
- OMS descarta vacina contra zika para mulheres em idade fértil antes de 2020
- Custo humano da epidemia de zika é estudado pela Fiocruz
- Dengue, zika e chicungunha mataram quase 800 pessoas em 2016 no Brasil
- Dengue pode agravar danos causados pelo zika vírus
Ainda em comparação com o mesmo período do ano passado, os casos de dengue, chicungunha e zika continuam a apresentar queda de aproximadamente 98% para cada uma das doenças. Até o dia 4 deste mês, foram registrados 615 casos suspeitos de dengue em 70 municípios do Estado. Para o mesmo intervalo de tempo em 2016, foram 40.526 notificações. Em relação à chicungunha e zika, a redução também se mantém expressiva.
O declínio de casos, contudo, não é o suficiente para sugerir que Pernambuco está livre do risco de surtos este ano. “O fato de terem sido registrados poucos casos até o momento não permite concluir ainda a ausência de epidemias para 2017. É preciso monitorar o volume de casos nos próximos três meses. Como há o vetor (Aedes), provavelmente terá alguma epidemia, mesmo que seja com menos registros (em comparação com os últimos dois anos)”, destaca o médico Carlos Brito, membro do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde.
GRUPOS
O quinto boletim da SES também destaca que o maior número de casos de dengue, chicungunha e zika permanece na faixa etária de 20 a 39 anos (com 363 notificações). Outro detalhe é que, dos 60 casos suspeitos de zika, 34 se concentram em crianças (faixa etária de 0 a 9 anos). Já em relação às gestantes que apresentaram exantema (manchas vermelhas na pele), foram cadastrados este ano 23 casos com suspeita de arboviroses (um foi confirmado para dengue e outro para chicungunha).
Em todo o ano passado, foram registrados 383 óbitos por arboviroses. Até o momento, 161 tiveram resultados laboratoriais positivos, sendo 35 (21,7%) para dengue, 86 (53,4%) para chicungunha, 37 (23,%) para dengue e chicungunha, um (0,6%) para zika e dois (1,2%) para zika e chicungunha.