O Hospital Belarmino Correia, em Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado, implementou nesta quarta-feira (26) um centro de reabilitação para crianças com microcefalia. Agora, os 16 pacientes que convivem com a máformação congênita nos dez municípios que compõem a 12ª Regional de Saúde (Geres) terão acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. O serviço, única referência na regional, contará com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, ortopedista, assistente social e psicólogo.
Os atendimentos, que devem acontecer, em média, duas vezes por semana, serão previamente agendados pela Geres. “O objetivo é fazer com que as mães dessas crianças não precisem se deslocar até o Recife para receber atendimento. Os pacientes receberão toda a assistência necessária da equipe. Vamos organizar a estrutura para que eles sejam atendidos no mesmo dia por toda a equipe”, ressalta a enfermeira Adriana Lins, diretora do Hospital Belarmino Correia.
Leia Também
No começo da semana, os profissionais do centro especializado do hospital visitaram a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), na Ilha Joana Bezerra, área central da capital pernambucana, referência em atendimento a esses pacientes no Estado. “Queremos manter o mesmo modelo de tratamento das crianças”, destaca Adriana.
Com a inauguração do centro em Goiana, sobe para 31 o número de centros médicos em Pernambuco que oferecem algum tipo de atendimento especializado em microcefalia. No início de agosto, o Hospital Regional Sílvio Magalhães, em Palmares, na Zona da Mata Sul do Estado, também passará a oferecer serviços direcionados a pacientes com a síndrome congênita do zika vírus (SCZV).
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), com o total de 33 centros especializados já no próximo mês, todas as 12 Regionais de Saúde de Pernambuco terão, pelo menos, um serviço de referência em microcefalia.
Números
Desde as primeiras notificações de microcefalia registradas em Pernambuco, no ano de 2015, foram confirmados 420 casos da condição caracterizada, principalmente, pelo crescimento abaixo do normal do cérebro da criança ainda no útero. A SES ainda investiga 235 casos suspeitos. Nestes quase três anos, 124 óbitos foram considerados suspeitos. Destes, 95 ainda não têm diagnóstico fechado e 17 foram confirmados para relação entre o zika vírus e a microcefalia - sendo duas mortes foram este ano.