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Gripe: Pernambuco registra o dobro de mortes em 2018

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, de janeiro até 23 de junho, foram 11 óbitos contra cinco no mesmo período de 2017. Também houve aumento nas notificações: 1.162 casos

Da editoria de Cidades
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Publicado em 06/07/2018 às 8:04
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, de janeiro até 23 de junho, foram 11 óbitos contra cinco no mesmo período de 2017. Também houve aumento nas notificações: 1.162 casos - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Pernambuco já registrou 11 óbitos decorrentes da síndrome respiratória aguda grave (Srag), desde o início deste ano. O boletim epidemiológico, divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde, contabiliza os casos confirmados até 23 de junho. O número corresponde a mais que o dobro do total de mortes causadas pelo vírus da influenza no Estado no mesmo período do ano passado, quando foram registradas cinco mortes. Em 2017, houve seis óbitos. Das mortes deste ano, 27,3% das vítimas eram crianças abaixo de 2 anos e 27,3% idosos a partir de 60 anos. Justamente as faixas etárias que estão entre os alvos prioritários da campanha da vacinação, iniciada em abril deste ano.

Houve um aumento também do número de notificações da doença. Até junho, foram 1.162 casos de síndrome respiratória aguda grave, contra 1.121 casos, no mesmo período de 2017. O quadro pode ser provocado por diversos agentes (vírus, bactérias) e é caracterizado pela necessidade de internação de pacientes com febre, tosse ou dor de garganta associado à dispneia ou desconforto respiratório.

Dos casos registrados este ano, 53 tiveram resultado laboratorial confirmado para influenza A (H1N1); 23 para influenza A (H3N2); 1 para influenza B; 1 para vírus sincicial respiratório (VSR) e 1 parainfluenza1.

A gerente de Controle de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Antunes, afirma que não há uma explicação única para justificar o aumento do número de casos e de mortes associadas à doença. Ela observa que uma questão a ser considerada é a possibilidade de o vírus que está circulando este ano produzir formas mais graves da doença.

“O que temos observado concretamente é que em 2018 houve mais casos da forma aguda. Isso reforça a necessidade de as pessoas que estão nos grupos de risco e ainda não se vacinaram procurarem os postos de saúde para se imunizarem”, destacou.

Ana Antunes afirmou que, no ano passado, não houve circulação detectada do vírus influenza H1N1, subtipo relacionado à maioria dos óbitos deste ano. Em 2017, todos os casos de mortes foram confirmados como H3N2. De qualquer forma, a gerente da Secretaria de Saúde explicou que a literatura médica não aponta diferença de gravidade entre os subtipos da influenza.

Ela disse que não haverá uma mudança de estratégia da secretaria, em função do aumento do número de óbitos relacionados à forma grave da doença. “Como a meta de vacinação foi atingida em todos os grupos de risco, a expectativa é de que haja uma redução dos casos agudos de gripe”, destacou.

IMUNIZAÇÃO

A campanha, iniciada em 23 de abril deste ano, imunizou em Pernambuco 2.334.311 pessoas contra a influenza. O total corresponde a 97,2% da meta estipulada para o Estado. Todos os grupos prioritários atingiram o percentual mínimo, de 90%.

Mais de 98% dos indígenas e idosos foram vacinados. Os trabalhadores de saúde superaram o esperado, com 101,7%. As puérperas também registram número alto, chegando a 119,1% de mulheres em resguardo vacinadas. O menor percentual de alcance foi o das crianças, com 91%. “Enquanto tiver vacina, continuaremos imunizando”, avisa Ana Antunes.

A infectologista Andrezza de Vasconcelos reforça que a prevenção é a melhor forma de combater os efeitos da influenza. “É muito importante as pessoas que fazem parte do grupo de risco se vacinarem como forma de evitar complicações futuras. Porque não é só a gripe, mas os efeitos combinados com outros fatores que vulnerabilizam o paciente”, observa.

A médica alerta para as informações falsas que circulam colocando em xeque os benefícios da vacina. “Este ano houve uma resistência por parte da população para se vacinar, em função de boatos que espalhavam fake news. Tanto que a campanha precisou ser prorrogada. É preciso se informar corretamente e não deixar de tomar a vacina.”

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