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Em Pernambuco, crianças são convocadas para vacinação contra dengue

Do total de participantes, dois terços tomam a vacina, e um terço recebe placebo uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem efeito

Da editoria de Cidades
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Publicado em 13/07/2018 às 8:05
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Do total de participantes, dois terços tomam a vacina, e um terço recebe placebo – uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem efeito - FOTO: Foto: JC Imagem
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O Instituto Aggeu Magalhães (IAM), unidade da Fiocruz que coordena, em Pernambuco, o teste da primeira vacina brasileira contra a dengue, convoca aproximadamente 200 crianças de 2 a 6 anos para participarem voluntariamente dos estudos do imunizante, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, em São Paulo. “Já recrutamos todos os adultos e estamos em processo de finalização da convocação das faixas etárias infantis. Ao longo deste ano, a expectativa é concluir essa etapa (cuja meta é comprovar a eficácia da vacina)”, informou o diretor do IAM, Sinval Pinto Brandão Filho, em entrevista ontem ao programa Casa Saudável, da TV JC.

Na ocasião, ele destacou que os desafios do desenvolvimento clínico da vacina contra a dengue ganham destaque na programação do Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop), que acontecerá de 2 a 5 de setembro no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, no Grande Recife. “Durante o congresso, será debatido o andamento dos estudos dos demais centros de pesquisa, no Brasil, que acompanham os voluntários da vacina do Butantan. Em oficina, haverá discussão sobre os resultados obtidos e as recomendações seguintes para o processo de produção da vacina”, disse Sinval.  

Etapas

Essa terceira e atual etapa de testes clínicos envolve 17 mil voluntários, em 13 cidades brasileiras. Do total de participantes, dois terços tomam a vacina, e um terço recebe placebo – uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem efeito. A finalidade é descobrir, a partir de exames, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu ou não a doença. “Ambos os grupos de voluntários estão sendo monitorados, inclusive em relação a efeitos adversos, que também podem ser reportados por pessoas que recebem o placebo. O número de reações graves não tem sido frequente”, frisa o médico Ernesto Marques Júnior, investigador dos testes em Pernambuco.  

Durante o MedTrop, o pesquisador coordena uma mesa-redonda sobre as vacinas contra a dengue, incluindo a fabricada pelo laboratório francês Sanofi e a que está em desenvolvimento pela farmacêutica japonesa Takeda. Na ocasião, o desenvolvimento clínico da vacina do Butantan será apresentado pelo gerente de Pesquisa e Desenvolvimento Clínico do instituto, Ricardo Palacios. Em etapas anteriores, a vacina foi testada em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes clínicos, realizada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), e 300 na segunda etapa, realizada em parceria com a Universidade de São Paulo (através do Hospital das Clínicas e do Instituto da Criança) e o Instituto Adolfo Lutz.

Informações para quem deseja se inscrever como voluntário dos testes em Pernambuco: 2101-2619 e 98166- 4012.

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