Palco

Eduardo Sterblitch revisita trajetória em Use-me

Peça ganha sessão neste sábado (11), no Teatro RioMar

JC Online
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Publicado em 10/06/2016 às 20:31
Allison Valentim/Divulgação
Peça ganha sessão neste sábado (11), no Teatro RioMar - FOTO: Allison Valentim/Divulgação
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Os últimos dez anos foram uma montanha-russa emocional para Eduardo Sterblitch. O carioca viu sua carreira decolar com a popularidade de personagens como Freddy Mercury Prateado, Poderoso Castiga e César Polvilho, todos do Pânico na TV. Ao mesmo tempo, ele, que tem os palcos como sua segunda casa, expressou muitas vezes que vivia uma agrura com o público e com o próprio fazer artístico, chegando a dizer que deixaria os palcos por definitivo. Essas rusgas e crises de identidade levaram à criação de seu espetáculo mais recente, Use-me, que ele apresenta neste sábado (11), às 21h, no Teatro RioMar.

Introduzido ao grande público pelo Pânico, Sterblitch participou do “momento de ouro” do programa, quando os quadros e os personagens tinham repercussão nacional. Com o tempo e a insistência na piada fácil, a atração viu sua importância encolher. Eduardo, no entanto, conseguiu passar incólume a esse declínio. Mas, a relação ator-público encontrou barreiras em Minhas Sinceras Desculpas (2011), monólogo que se afastava do padrão stand-up comedy ao qual a plateia estava acostumada a ver de contemporâneos do carioca.

O artista, que tem formação no teatro, revelava suas inseguranças, desejo de ser reconhecido como intérprete e como o humor podia ser uma prisão para alguém que, na sua arte, não queria se limitar.

Use-me vem para (re)construir essa ponte. Quebrando a quarta parede, ele retoma temas do antigo monólogo, passa a limpo sua trajetória, expondo seus principais personagens, cujos figurinos ficam expostos no palco em manequins. Entre uma história e outra, ele “veste” o personagem, dissecando essa relação intérprete-criatura, provocando também o público a observar que tudo ali é construção. Tudo de forma mais leve.

Filho de psicóloga, Sterblitch faz do palco seu divã. Por meio da verborragia da montagem, ele continua sua busca por compreensão. A do público com ele e vice-versa.


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