Memória

Grupo Mão Molenga de Teatro de Bonecos celebra 30 anos com exposição

Objetos estarão à mostra na Galeria Corbiniano Lins, no Sesc Santo Amaro

JC Online
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Publicado em 09/05/2017 às 20:19
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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O grupo Mão Molenga de Teatro de Bonecos vem construindo há 30 anos uma história alicerçada na preservação da tradição e memória do teatro de formas animadas aliada ao diálogo com o contemporâneo. O desenvolvimento dessa poética marcada por uma identidade singular se configura como um ato de resistência diante do espaço cada vez mais reduzido dessa linguagem em Pernambuco. Para celebrar esse legado e aproximar o público do trabalho do coletivo, será aberta nesta quarta-feira (10), às 17h, a exposição Mão Molenga – Cenas de Uma História, na Galeria Corbiniano Lins.

Fundado em 1986 por Carla Denise, Marcondes Lima e Fábio e Fátima Caio, o Mão Molenga tomou corpo a partir do desejo coletivo de se aprofundar em no teatro de bonecos. O ambiente não poderia ser mais propício, uma vez que Pernambuco é considerado um dos berços do mamulengo, patrimônio imaterial do País.

“Estava curando engenharia quando comecei a construir bonecos, mas algum tempo depois me envolvi com o teatro mais ‘tradicional’ e deixei de lado. Com o tempo, percebi que minha história mesmo era com bonecos e resolvi me aprofundar”, lembra Fábio.

Ao lado da irmã, Fátima, e de Marcondes e Carla Denise, ele fez da garagem de seus pais a base de operações do Mão Molenga. Lá, construíram a primeira tenda para apresentação dos espetáculos e passaram a se apresentar para a comunidade do entorno.
“Até hoje temos essa tenta. A estrutura que começou resiste”, reflete Carla Denise, ressaltando o caráter literal e metafórico que essa afirmação carrega.

Da garagem às ruas do interior do estado, o grupo foi ganhando expertise na relação com o público e no aprofundamento do laço entre boneco e manipulador, além de expandir seu repertório em técnicas de confecção das obras. Ao longo de três décadas, viram muitos grupos se formarem e se dissolverem e associam esse fenômeno a várias razões, desde a falta de espaços permanentes voltados para o ensino até à falta de incentivo às produções do gênero.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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MEMÓRIA

Diante de um legado de três décadas, o grupo optou por fazer um recorte temático para a exposição. Os artistas escolheram os trabalhos da série Brasil 500, exibida entre 1998 e 2003 na TV Escola. O projeto conta, através do teatro de bonecos, a história do país, de 1500 aos anos 2000.

“Foi uma experiência definidora para nós, pois envolvia uma estrutura quase industrial de produção, com muitos bonecos e uma equipe enorme. Nos relacionar com outros criadores foi importante também para expandir nossos horizontes”, ponta Carla Denise.

Ao todo, foram produzidos mais de 800 personagens, dos quais 50 estarão em exibição na mostra retrospectiva, que conta ainda com figurinos evasto material iconográfico, com fotos e recortes da época.

“É uma maneira de preservar a nossa memória. O Mão Molenga trouxe uma possibilidade de desenvolvermos uma pesquisa enquanto grupo, artistas e indivíduos, que possibilitou crescimento de todos nós”, reforça Fátima. “Ao realizarmos um projeto assim, temos a possibilidade, através de apoios como o do Funcultura, de restaurar os bonecos e reforçar sua função primária, que é a de entreter o público e ser acessado por ele”, reforça Carla.

Durante a duração do projeto, o grupo realiza ainda programação paralela, com oficinas, rodas de conversa e sessões especiais de três espetáculos do repertório do grupo – Babau, O Fio Mágico e Algodão Doce.

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