Há 13 anos, ele bate o ponto regularmente - e num dos empregos mais cobiçados no panorama da dança no Brasil. Primeiro bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Filipe Moreira, 36, tem, contudo, revezado os duros ensaios com jornadas ao volante. Sem receber o salário pago pelo município desde abril, Felipe se tornou motorista cadastrado ao aplicativo Uber.
Sua mulher, também bailarina municipal, Élida Brum também está sem salário. Nenhum deles recebeu ainda o 13º de 2016. Ele teve que recorrer ao Uber para pagar aluguel e sustentar o filho de seis anos. Para isso, usou emprestado o carro da mãe - teve que vender seu próprio carro no meio da crise.
SANDUÍCHE NA PRAIA
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No último mês, Felipe deu um tempo no Uber para poder ensaiar o próximo espetáculo da companhia. Mas diz que vai ter que voltar ao volante rapidinho. Só tem dinheiro para viver por mais 20 dias. Seus colegas de balé tem se virado fazendo faxinas ou vendendo sanduíches naturais na praia.
O Rio de Janeiro vive uma das mais séries crises financeiras da história, enquanto o ex-governador Sérgio Cabral é preso por um esquema bilionário de desvios de recursos públicos.