Violência

Roubo ao MAC expõe medo dos artistas de Olinda

Dono da Casa do Cachorro Preto, Raoni Assis é um dos que pensam em deixar a cidade

JC Online
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Publicado em 08/04/2017 às 14:49
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Vizinho do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), assaltado de novo na manhã deste sábado, o artista plástico e galerista Raoni Assis, proprietário do espaço cultural Casa do Cachorro Preto, lamenta o assalto ao museu e diz que a violência está expulsando os artistas de Olinda.

"Há dez anos, Olinda vinha sendo um lugar de relativa tranquilidade. Mas a situação está insustentável nos últimos tempos", diz o jovem artista, informando que a situação do MAC não é isolada. Um dia antes de o MAC ser assaltado, a própria Casa do Cachorro Preto, lugar onde exposições de novos artistas e shows musicais acontecem com frequência, foi alvo de ladrões. "Entraram de madrugada no nosso quintal e levaram um freezer. Isso não aconteceia antes", diz ele que, por causa da violência associada a outros fatores, pensa em fechar de vez a Casa do Cachorro Preto. "Talvez, a saída seja mesmo ir embora daqui".

Artista consagrada e que já teve obras roubadas de seu ateliê, a veterana Tereza Costa Rêgo também lamenta o roubo ao MAC, onde a principal sala de exposições leva seu nome. "Aquele é um acervo mesmo muito importante. Estamos todos assustados com a violência e a segurança tem mesmo que ser reforçada", ela diz.

Também artista visual, cantora e moradora da Cidade Alta de Olinda, Catarina de Jah é outra que teme a violência. "Há uma falta de atenção grave do Governo do Estado com Olinda e com os equipamentos culturais que são importantes também para o turismo e a economia na cidade. Depois de terem gasto todo o dinheiro do PAC das cidades históricas, Olinda está aqui abandonada. Temos medo até de andar na rua. Já fui assaltada a uma hora da tarde quando levava meu filho para a escola", diz a artista. "A cidade é toda mal iluminada".

ESCURIDÃO

Os entornos da Rua da 13 de maio, onde o MAC está localizado, são especialmente mal iluminados. "Desde antes do Carnaval o poste em frente ao MAC e na esquina com a rua Henrique Dias estão apagados, essa é uma área de escuridão total", reforça Raoni Assis. "Desde então, os moradores pedem à Celpe e à Prefeitura para retomar a iluminação e nada é feito".

Com um dos maiores acervos de arte moderna da América Latina, obtido com a doação da coleção Assis Chateaubriand, o MAC foi invadido, na manhã deste sábado (8), por volta das 7h40. Três homens roubaram duas armas de vigilantes do Museu de Arte Contemporânea (MAC -PE), localizado na rua 13 de maio, em Olinda. Segundo a Polícia Militar, a intenção do trio seria roubar uma pintura do artista plástico Cândido Portinari.

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Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), em Olinda, está fechado desde meados de 2016 - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A fachada do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) foi pichada depois de ter sido pintada - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Prédio do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), em Olinda, era cadeia ecesiástica - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Jardins do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), na Cidade Alta, precisam de reparos - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Rachaduras de grande porte impedem o funcionamento das casa da reserva técnica do MAC, em Olinda - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Por falta de segurança, casas da reserva técnica do Museu de Arte Contemporânea foram desocupadas - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Acervo do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) tem quase 4 mil obras, algumas são raras - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Jardins do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), na Cidade Alta, precisam de reparos - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Museu de Arte Contemporânea (MAC) tem projeto para urbanização dos jardins, mas faltam recursos - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Museu de Arte Contemporânea (MAC) tem projeto para urbanização dos jardins, mas faltam recursos - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Obra de restauração do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) está avaliada em R$ 9 milhões - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) quer combater pichações com câmeras de monirotamento - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Capela de São Pedro Advícula, na Rua 13 de Maio (Olinda), faz parte do Museu de Arte Contemporânea - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

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