Considerada parte da realeza de Hollywood, a americana Sofia Coppola, filha do cineasta Francis Ford Coppola, parecia mesmo a pessoa adequada para dirigir Bling ring: A gangue de Hollywood (The bling ring, 2013) que tem estreia marcada no Brasil em 12 de julho. O filme abriu a cada vez mais prestigiada mostra Un Certain Regard e recebeu alguns aplausos da fria plateia de jornalistas do Festival de Cannes, na sessão para a imprensa, na manhã da última quinta-feira (16-05).
O filme se baseia em fatos reais a partir de uma matéria da revista Esquire. Sofia teve acesso às informações do jornalista da revista e das ocorrências policiais. Ela refaz o caminho de cinco adolescentes que fizeram uma série de assaltos a mansões de astros de Hollywood e levaram mais de US$ 3 milhões (R$ 6 milhões) em dinheiro e bens de celebridades como Paris Hilton, Orlando Bloom, RachelBilson e Lindsay Lohan.
Estilisticamente, Sofia mimetiza toda a ânsia por informações e massagens de ego que os jovens estão vivendo na internet por meio das redes sociais. A cada assalto, os jovens delinquentes tiravam fotos e se esbaldavam em festas descoladas. Como a história teve um fim, o olhar de Sofia também parece culpar o vazio existencial de uma geração que perdeu as referências do que é lícito fazer ou não em nome de seus heróis de barro.
Com uma penca de jovens atores talentosos, entre eles uma surpreendente Emma Watson (a Hermione da saga Harry Potter), Bling ring: A gangue de Hollywood tem tudo para se tornar no maior sucesso de Sofia Coppola. Pela primeira vez desde seu début com As virgens suicidas (The virgins suicides, 1999) que ela não tinha acesso a material tão bom.
O repórter numa parceira com a Aliança Francesa.