CRÍTICA

Novo filme de Spielberg recria o clima das antigas matinês

As aventuras de Tintim estreia nesta sexta-feira em todo o País

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 20/01/2012 às 8:53
Sony Pictures/Divulgação
As aventuras de Tintim estreia nesta sexta-feira em todo o País - FOTO: Sony Pictures/Divulgação
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Talvez os adolescentes atuais torçam o nariz para As aventuras de Tintim (The adventures of Tintin, 2011), de Steven Spielberg, que estreia oficialmente nesta sexta-feira em todo o País. Nascido no final da década de 1920, na prancheta do belga Hergé, o personagem é referência para milhões de amantes das histórias em quadrinhos. Spielberg, por exemplo, esperou mais de 20 anos para realizar esta adaptação, até que surgisse uma técnica cinematográfica que fizesse jus aos desenhos de Hergé e a execução plausível de suas aventuras.

Com a colaboração de Peter Jackson, o cineasta neo-zelandês que sofisticou a captura de movimentos na trilogia O senhor dos anéis (The lord of the rings, 2001-2003) e King Kong (2005), Spielberg encanta espectadores de todas as idades com seu mais novo filme, o segundo a estrear nos cinemas brasileiros em menos de três semanas. O primeiro, o magnífico e sentimental Cavalo de guerra (War horse, 2011), está na sua última semana de exibição nos Kinoplex Plaza (Casa Forte) e Recife (Boa Viagem).

As aventuras de Tintim tem início quando o repórter topetudo (ruivo e não loiro, como nos originais de Hergé), visita um mercado de pulgas e fica encantado com a réplica de um navio. Segundos após efetuar o pagamento, surgem dois homens que lhe fazem ofertas generosas para ficar com o objeto. Seu faro de repórter vai entrar em ação quando descobre que o barco sumiu de seu apartamento, que logo depois é vasculhado por estranhos. Com a ajuda do fiel escudeiro, o cãozinho Milu, Tintim descobre uma espécie um bilhete enigmático, escondido dentro do mastro do navio, que se quebrou acidentalmente durante uma briga entre Milu e um gato.

A partir daí, Tintim usa seu apurado faro jornalístico para investigar os eventos em torno do Licorne, um navio que realmente existiu conforme suas pesquisas numa biblioteca. De repente, o repórter é envolvido numa espiral de acontecimentos em que ele e Milu são levados para terras e mares nunca dantes navegados. Para decifrar o enigma, Tintim vai enfrentar o vilão Sakharin, que acredita que o rapaz roubou parte de seu tesouro, e Haddock, o capitão de um navio amotinado, que por sua vez passa por uma série crise de abstinência alcoólica.

Espectadores mais velhos, que lembram da emoção de assistir aos velhos seriados no final das matinês de antanho, vão se sentir transportados para seus tempos de crianças. E o diretor Steven Spielberg, com a mesma desenvoltura já mostrada nas aventuras de Indiana Jones, arquiteta estonteantes cenas de ação em As aventuras de Tintim. Graças à possibilidade da animação digital, sua câmera virtual faz malabarismos inimagináveis, com travelings impossíveis de realizar se as filmagens fossem feitas com atores e cenários reais.

No caso da técnica usada por Spielberg, as cenas foram feitas com atores no estúdio, onde seus movimentos e expressões faciais são capturados e depois utilizados como uma espécie de esqueleto para a animação. Não é por outro motivo que os atores por trás de cada personagem – com exceção de Milu, que é cem por cento digital – a cada dia são creditados como tais – e não apenas pelo uso de suas vozes.

Leia a crítica completa na edição desta sexta-feira no Caderno C, do Jornal do Commercio

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