CINEMA

Documentário faz justiça a estatura de Francisco Brennand

Exibição no São Luiz contou com a presença do artista

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 13/03/2013 às 14:24
Mariola Filmes/Divulgação
Exibição no São Luiz contou com a presença do artista - FOTO: Mariola Filmes/Divulgação
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O Cinema São Luiz reviveu um pouco do seu glamour na noite desta terça-feira (12/03) com a pré-estreia do documentário Francisco Brennand. Com manobristas para ajudar no estacionamento, gente elegante por toda parte e o tapete vermelho que se estendia até a calçada da Rua da Aurora, a exibição do filme parecia um flash do passado, quando as soirées do São Luiz estavam entre os melhores programas noturnos do Recife da década de 1950. A sessão, que contou com a presença do ceramista e pintor pernambucano, que vai completar 86 anos em abril, fez parte das comemorações ao aniversário do Recife e Olinda.

Antes da sessão, a cineasta Marianna Brennand Fortes fez um bonito discurso de agradecimento ao objeto de seu documentário, que vem a ser seu tio-avô. O secretário de Cultura do Estado, Fernando Duarte, e a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, também falaram sobre a importância da obra de Francisco Brennand, especialmente a oficina da Várzea, onde há mais de 40 anos o artista mantém uma "cidadela sitiada", como diz no documentário, com mais de três mil peças, entre esculturas e pinturas, expostas ao ar livre e dentro de suas dependências.

Vencedor na Mostra de Cinema de São Paulo do Prêmio Itamaraty e do Prêmio da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), o documentário é um mergulho na obra e no pensamento de Francisco Brennand. Francisco Brennand tem como ponto de partida o acesso que Marianna teve aos diários do artista, um calhamaço de mais de mil páginas que ele vem escrevendo desde os 22 anos e que só poderá ser publicado após a sua morte. O texto de Rafael Lessa, compilado a partir das elucubrações de Brennand, revelam um artista com um mundo interior em eterno processo criativo, com reflexões sobre a presença da morte e a importância do seu legado artístico.

Desenvolto e com um raciocínio atilado, Brennand mostra-se bem humorado e não se furta em se autoglorificar, demonstrando que tem um um ego proporcional às suas ambições como artista e intelectual. Além da apresentação de suas obras - recentes e de fases mais antigas -, Francisco Brennand dá uma aula sobre o que faz e também paga tributo às pessoas que mais o influenciaram, entre eles o pai e o pintor Paul Gauguin.

Dirigido com competência e total dominio da linguagaem do documentário, o filme também se destaca pela impecável fotografia de Walter Carvalho. O documentário entra em cartaz em algumas capitais brasileiras, como o Rio de Janeiro e São Paulo, a partir desta sexta-seira (15/03). No Recife, a estreia está prevista para acontecer no dia 22/03.

 

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