CAIRO - Um documentário sobre a comunidade judaica do Egito, cuja difusão havia sido proibida pelos serviços de segurança na véspera de sua estreia, será finalmente exibido nas telas egípcias, anunciou nesta quarta-feira seu diretor, Amir Ramses. Judeus do Egito será lançado no dia 27 de março no cinema; vencemos a guerra contra a Segurança Nacional. Tivemos autorização", escreveu em suas contas do Facebook e do Twitter.
Os cinemas Renaissance também anunciaram em sua página do Facebook que projetarão o filme a partir do dia 27 de março.
Abdesatar Fathi, presidente do gabinete de censura, indicou à AFP que o filme recebeu uma autorização. "Não temos relação com a Segurança. Assim que os documentos foram entregues, a licença foi concedida", acrescentou.
O documentário conta a vida de membros da comunidade judaica egípcia durante a primeira parte do século XX e explora os temas da identidade e da tolerância.
Judeus do Egito deveria ter sido exibido em três cinemas no dia 13 de março, mas na véspera de sua estreia Ramses informou à AFP que "a Segurança Nacional o proibiu". "O responsável pelo gabinete de censura disse que a Segurança Nacional queria ver uma cópia e rejeitaram" sua difusão, explicou.
O anúncio do filme causou alvoroço no Egito, onde são elaboradas poucas obras sobre este tema. A maior parte da comunidade judaica abandonou o país após a crise do canal de Suez, em 1956, durante a qual o presidente Gamal Abdel Nasser expulsou os judeus considerados desleais à nação.
Atualmente, a comunidade judaica conta apenas com algumas dezenas de pessoas que permanecem em segundo plano por medo de serem perseguidas.