Os heróis - e vilões - japoneses são eternos. Porém, algumas lembranças muitas vezes deveriam ficar restritas a nossa memória efetiva. Com exceção dos aficionados pelo gênero, esse deve ser o sentimento do espectador ao assistir ao longa-metragem Círculo de fogo (Pacific rim, EUA, 2013), a mais recente incursão de fantasia e aventura - e ficção científica - do diretor mexicano Guillermo del Toro (o mesmo do aclamado filme O labirinto do fauno e da franquia Hellboy), que estreia esta sexta-feira (9/8) nos cinemas.
Círculo de fogo mostra o encontro da atual tecnologia de ponta de computação gráfica de Hollywood com produções como o seriado Robô gigante (Jaianto robo, 1967-1968), exibido no Brasil pela extinta TV Tupi, nos anos 1970, e filmes de monstros como Godzilla (Gojira, 1954). Longas com robôs, aliás, parece ser mais uma filão da meca do cinema Ocidental, ao lado de remakes, continuações, comédias de gosto duvidoso e filmes sobre monstros e sobre o fim do mundo.
A exemplo dos demais longas dirigidos por Del Toro, aqui falta a sensibilidade e as possibilidades de leituras além do que é visto na tela, como ocorre com a exceção em sua filmografia, O labirinto do fauno (2006). Na trama, um grupo de elite bancado por um pool de países comanda robôs gigantes, batizados de jaegers, na luta contra uma horda de seres alienígenas, chamados pelos humanos de kaijus, que ameaçam e chegam a destruir boa parte do Planeta Terra.
Afora algumas peculiaridades, Círculo de fogo não vai muito além da barreira das megaproduções que tentam segurar o espectador na cadeira com muito barulho e adrenalina proveniente dos efeitos visuais e sonoros.