CINEMA

Robert De Niro e Sylvester Stallone se enfrentam em Ajuste de contas

Filme faz homenagem a personagens dos dois atores

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 10/01/2014 às 6:01
Warner Bros/Divulgação
Filme faz homenagem a personagens dos dois atores - FOTO: Warner Bros/Divulgação
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Não teve cinéfilo que não pensasse a mesma coisa: Robert de Niro e Sylvester Stallone juntos, no mesmo filme, só poderia resultar no encontro do século. Afinal, quem imaginaria um embate entre Jake LaMotta e Rocky Balboa, os dois maiores boxeadores da história do cinema? Tudo mundo sabe que, de verdade mesmo, só existiu o Touro do Bronx, porque o Garanhão Italiano é um personagem criado por Stallone. Mas, no imaginário cinematográfico, eles vivem no mesmo mundo.



É mais ou menos a partir dessa ideia que funciona Ajuste de contas (Grudge match, 2013), de Peter Segal, que estreia nesta sexta-feira (10/01) nos cinemas do Recife. Trata-se do segundo filme em que Robert de Niro, 70 anos, e Sylvester Stallone, 67 anos, trabalham juntos. O primeira vez foi em 1997, no policial Copland, de James Mangold. Mesmo assim, ao voltar a personagens tão icônicos, esse encontro já é um evento, apesar de que eles sejam meras sombras do que já foram em seus dias de glória. Dois dos maiores ícones do cinema americano dos últimos 40 anos, eles interpretam uma dupla de velhos boxeadores rivais no ringue e na vida. Kim Basinger aparece, lá pelo meio do filme, como o motivo da rixa entre eles.

O reencontro se torna realidade quando o filho de um ex-produtor de lutas, Dante Slate (Kevin Hart, muito engraçado) convida Billy The Kid McDonnen (De Niro) e Henry Razor Sharp (Stallone) para um combate que deveria ter acontecido há 30 anos, quando Razor desistiu de uma revanche contra The Kid.

É verdade que o roteiro de Tim Kelleher e Rodney Rothman só tem sentido por causa dos dois personagens consagrados por De Niro e Stallone. Eles constroem versões da terceira idade do que se supõe como seria a velhice de Jake LaMotta e Rocky Balboa. Mas isso é feito em tom de farsa, com pouca ou quase nenhuma nota dramática.

De Niro traz para seu The Kid a mesma verve petulante de Jake LaMotta. Ele é dono de um revenda de automóveis, tem um bar onde atua como stand-up comic e não é nenhuma flor que se cheire. Stallone, por seu lado, faz de Razor uma continuidade de Rocky Balboa. Ainda é operário, vive modestamente e não esconde as marcas do passado. Até as dificuldades expressivas, sempre associadas a Stallone, são motivos de brincadeira para seu personagem.

Até o encontro deles no ringue, The Kid e Razoar se metem em algumas encrencas. O mais engraçado é a tiração de onda com o lutador de MMA Chael Sonnen. Apesar de quase septuagenários, De Niro e Stallone estão em ótima forma. As lutas, inclusive, são bem coreografadas e resultam na melhor parte do filme.

O diretor Peter Segal, do ótimo Como se fosse a primeira vez (50 first dates, 2004), esforça-se para manter o pique farsesco durante todo o filme. E consegue. Para os fãs de De Niro e Stallone, a diversão é garantida.

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