Com estreia marcada para a próxima sexta em cerca de 700 salas de cinema Brasil afora, o longa-metragem RoboCop, realizado pelo cineasta brasileiro José Padilha (de Tropa de Elite), é um dos eventos cinematográficos mais esperados de 2014.
Remake de um clássico da ficção científica dos anos 1970, o filme recebeu críticas mornas e, até agora, um público abaixo do esperado. Lançado nos Estados Unidos na semana passada, RoboCop ficou em terceiro lugar na bilheteria, atrás da animação 3D Lego, o filme e da comédia romântica Sobre ontem à noite. A nevasca que cai no país pode ser um dos fatores que vem atrapalhando a performance comercial do longa-metragem. "Na Europa, o filme está em primeiro lugar em 15 países", disse Padilha, ontem, durante entrevista coletiva ao lado dos atores Joel Kinnaman, que faz o novo RoboCop, e Michael Keaton, o vilão da história.
Os três estão no Rio desde o último domingo para promover o lançamento brasileiro de RoboCop, cujo original foi dirigido, em 1987, pelo cineasta holandês Paul Verhoeven. O ator sueco-americano Joel Kinnaman, mais conhecido pelo seriado The killing, foi levado ao Maracanã para assistir a uma partida de futebol entre o Flamengo e o Vasco. Ele foi fotografado com uma camisa rubro-negra e ainda passeou na Praia do Flamengo. Depois, deu uma caminhada até a pedra do Arpoador.
Na nova versão de RoboCop, produzida ao custo de US$ 120 milhões (R$ 238 milhões), a história também se passa num futuro próximo, quando os Estados Unidos substituem o uso de soldados em missões militares no exterior pelo uso de drones (aeronaves não-tripuladas) e robôs.
Na abertura do filme, uma equipe de reportagem faz uma cobertura ao vivo para um programa de TV comandado por um apresentador ultradireitista vivido por Samuel L. Jackson. Durante uma missão pacificadora em Teerã, insurgentes tramam um atentado e os robôs matam uma criança de frente para as câmeras. O apresentador reclama que a lei americana, que proíbe o uso de robôs no país, está errada, mas corta a transmissão sem nenhum pudor.
Esse prólogo serve como cartão de visitas politizado do diretor de Tropa de elite e Tropa de elite - O inimigo agora é outro. Juntos, os dois filmes levaram mais de 15 milhões de espectadores brasileiros aos cinemas. A partir daí, a história que já conhecemos é retomada. O policial Alex Murphy (Kinnaman), que investiga suspeita de corrupção no Departamento de Polícia de Detroit, sofre um atentado na porta de casa e fica reduzido a pouco mais de um cérebro, um coração, dois pulmões e uma mão.
É aqui que entra o empresário Raymond Sellars (Keaton) e o Dr. Dennett Norton (Gary Oldman), o cientista que reconstrói o policial como um robô com consciência humana. Mas, sem demora, o empresário muda de ideia e tenta eliminar os resquícios de humanidade de Murphy, usando-o apenas como uma máquina e armando uma grande mentira para enganar a população.
O repórter viajou a convite da distribuidora Columbia Pictures