CRÍTICA

Adam Sandler e Drew Barrymore voltam em Juntos e Misturados

Terceira comédia com a dupla entra em cartaz nesta quinta-feira (17/7)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 16/07/2014 às 7:00
Warner Bros/Divulgação
Terceira comédia com a dupla entra em cartaz nesta quinta-feira (17/7) - FOTO: Warner Bros/Divulgação
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Eles não têm a fineza de Spencer Tracy e Katherine Hepburn, nem a graça de Tom Hanks e Meg Ryan, mas, em termos de bom humor, ninguém ganha de Adam Sandler e Drew Barrymore. Em Juntos e misturados, que estreia nesta quinta (17/7) em circuito nacional – mas já em cartaz, em algumas salas, desde a semana passada –, a dupla volta a se encontrar em uma comédia romântica. Sim, ao contrário dos outros filmes com Adam Sandler, quando ele e Drew estão no mesmo filme é o amor e as suas confusões que dão as cartas.

Com razão, a maioria dos cinéfilos – ou seja, o espectador que procura assistir aos filmes artísticos e relevantes – corre longe dos filmes protagonizados pelo ator. Mas, como toda regra tem suas exceções, os longas nos quais ele contracena com Drew são diferentes e têm um fã clube bastante fiel. Juntos, eles já fizeram Afinados no amor, em 1998, e Como se fosse a primeira vez, a obra-prima da dupla, feita em 2004. Nesse filme, Sandler se vira nos 30 para conviver com Drew, uma menina que, devido a um acidente, não lembra o que aconteceu no dia anterior quando acorda pela manhã nem que o rapaz vivido pelo ator é o seu namorado.

Dez anos depois, é óbvio que Adam Sandler e Drew Barrymore não têm mais como interpretar casais jovens e solteiros. Com Sandler já quase um cinquentão e Drew beirando os 40 anos, agora eles voltam com um bando de filhos, embora nenhum seja em comum. Mais uma vez, as histórias em que eles se envolvem são um tanto incomuns, um verdadeiro desafio para que tudo dê certo no final. Essa, enfim, é a graça dos filmes que Sandler e Drew já fizeram como dupla.

Juntos e misturados não está à altura de Como se fosse a primeira fez. Mas isso não é um problema. O diretor Frank Coraci, que dirigiu Afinados no amor, comanda o espetáculo com o humor beirando o politicamente incorreto, porém cheio de bons sentimentos sobre as relações entre pais e filhos, a falta que uma mãe faz na educação das meninas, como também a ausência paterna em relação ao crescimento dos meninos.

Apesar de falar de assuntos sérios, Juntos e misturados usa o humor para emocionar o espectador. Jim (Sandler) e Lauren (Drew) são pais solteiros. Eles marcam um encontro às escuras e o resultado é trágico. Jim leva Lauren para um encontro numa pizzaria famosa pelas garçonetes que usam shortinho, sem falar que ele está mais interessado no que está passando na TV do que em olhar para Lauren. Viúvo e pais de três meninas, que ele cria como se fossem meninos, o cara não dá uma bola dentro. Lauren, divorciada e mãe de dois meninos, faz de tudo para criá-los, já que o pai quase não vê os filhos.

Se levada a sério, essa trama mal daria para um telefilme. Mas os roteiristas Ivan Menchell e Clare Sera, saídos da TV, tiveram uma sacada bacana: na história, eles levam as duas famílias para passar um fim de semana na África, onde mil coisas acontecem entre eles e os filhos. Eles ganharam a viagem depois que o chefe de Jim e a melhor amiga de Lauren, a única ligação que têm em comum, rompem o namoro e desistem do passeio.

Durante o passeio, Jim e Lauren irão se envolver em várias roubadas encorajadas pelos guias e funcionários do luxuoso hotel. Por outro lado, também entrelaçam seus problemas e saias justas com os filhos. O desenvolvimento das situações parece bem óbvio, mas os personagens, cativantes e engraçados, fazem o filme fluir direitinho, sem que o notório mal gosto de Sandler assuma as rédeas. A grande quantidade de personagens e as canções da trilha sonora também ajudam a equilibrar Juntos e misturados.

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