ERÓTICO

Exibição do filme Cinquenta tons de cinza só para mulheres causa furor no Recife

Espectadoras de diferentes idades compareceram ao Moviemax Rosa e Silva na madrugada desta quinta (11) para conferir as peripécias do Sr. Gray

Do JC Online
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Publicado em 12/02/2015 às 11:21
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Espectadoras de diferentes idades compareceram ao Moviemax Rosa e Silva na madrugada desta quinta (11) para conferir as peripécias do Sr. Gray - FOTO: Divulgação
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Elas não souberam explicar o porquê de existir uma sessão apenas para mulheres do filme Cinquenta tons de cinz, na madrugada desta quinta-feira (11), no Cine Rosa e Silva. Na realidade, além desta, que se iniciou à meia-noite, houve uma exibição mista para as espectadoras que não abriam mão de seu companheiro do lado. O Jornal do Commercio acompanhou o antes, durante e depois da exibição da adaptação cinematógrafica do best-seller para entender o fenômeno que mexe com a cabeça das mulheres.

Anfitriões, o casal Cristina Meira Lins e Paulo Menelau, recebiam os clientes como se fosse em sua casa. Ofereciam pipoca, abraçavam quem ia chegando. Perguntada sobre o motivo de haver uma sessão exclusiva para um gênero, a socialite não soube explicar. "A ideia foi dele", afirmou. Segundo ela, a divulgação da sessão foi realizada principalmente através da internet, por meio das redes sociais e makerting email. No Facebook, a postagem na qual anunciava a sessão feminina foi a mais comentada da página.

O filme conta a história de amor entre a jovem Anastasia Steele (Dakota Johnsone o empresário e sádico Christian Gray (Jamie Dornan). A julgar pelo livro de E. L. James, supunha-se que o filme teria um alto teor sexual, motivo de existir uma sessão para que as mulheres estivessem mais a vontade para manifestar suas reações.

"Deveria ser mais legal assistir numa sala só para mulheres. Ninguém sabe o que vai acontecer lá dentro", disse Cristina, ansiosa. Ela disse não ter muita escolha. "Estou na dúvida. Ele é meu marido. Às vezes o marido não acha legal a mulher ver sozinha. Aquelas da fila, só pra mulheres, devem ser solteiras", brinca.

Menelau se aproxima falando que há diferença em se realizar uma sessão só para mulheres, por elas ficarem mais cômodas com seus desejos. "Se fossem dez homens numa sala para ver o filme, seria diferente? Certamente você escutaria um 'ei, gostosa!'", afirmou às gargalhadas.

Cerca de quinze minutos antes da sessão, logo à frente entrada que dá acesso às duas salas do Moviemax Rosa e Silva, 1 e 2, duas filas. À esquerda mulheres, jovens e nem tão velhas, vestidas com requinte, muitas loiras, poucas de cabelo cacheado ou crespo, nenhuma negra. O que as teria encantado no romance entre o dominador Sr. Gray e a submissa Anastacia? A literatura despertara os sentidos mais abstratos, a imaginação. O cinema personificaria-os em grande escala.

No escurinho do cinema, as tagarelices femininas transformavam a sala em uma espécie de "clube da Luluzinha" para maiores de 16 anos - ou festa do pijama, dada a hora da exibição. Moças e senhoras pareciam as adolescentes que lotaram as sessões da saga Crepúsculo. A dona Mariinha de Paula, como prefere ser chamada, de 72 anos, foi levada pelas filhas. Das quatro irmãs, Maria Simone, Verônica Carneiro, Carina de Paula e Carol de Paula, apenas a última havia lido o livro. A primeira, que mantém um consultório odontológico no Executive Trade Center (ETC), foi quem ficou sabendo da programação e convidou a família. Lá estavam elas, solteiras, casadas ou viúva, deleitando-se com as cenas que, após a sessão disseram não se identificar. "Eu não me vi como a personagem", disse a dentista Maria Simone, "mas a cena do gelo me deixou animada". Dona Mariinha disse já ter visto filmes sexualmente mais explícitos que Cinquenta tons de cinza, e que voltaria para assistir a continuação do filme. "Se elas me trouxerem, eu venho", afirmou. 

"Atualmente sou casada, mas passei muito tempo sem ninguém. O encontro deles, principalmente no começo, eu me vi ali, parecia meu marido me conquistando", comparou uma das espectadoras que não quis se identificar. Os presentes do Sr. Gray para Anastasia - a exemplo do carro zero, Macbook e passeio de helicóptero -, segundo algumas espectadoras, eram a forma dele compensar a jovem submissa por suas "excentricidades".

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