Um dos personagens menos óbvios da Marvel chega à telona em grande estilo. Homem-Formiga (Ant-Man, EUA, 2015), longa-metragem protagonizado pelo paladino da justiça com arquétipo de anti-herói, que estreia oficialmente esta quinta-feira (16/7) nos cinemas brasileiros em grande estilo, surge como uma das adaptações das histórias em quadrinhos com maior potencial para somar novidades - e vitalidade - a esse universo de super-heróis.
Grande, maior. Ironicamente, não vai ser raro ver associados adjetivos como estes a Homem-Formiga, que prova para seus pares que “tamanho é documento”. E não estamos falando apenas no sentido físico ou quantitativo. O roteiro, assinado por Edgar Wright e Joe Cornish (também autores do argumento), além de Adam McKay e do próprio ator Paul Rudd, que encarna o protagonista, é muito bem escrito e lida o tempo inteiro com o conceito de identidade e de caráter de seus personagens.
Para a direção foi escalado, como não raro, um especialista em humor, Peyton Reed, de comédias como Teenagers: As Apimentadas (2000), Abaixo o Amor (2003), Separados pelo Casamento (2006) e Sim, Senhor (2008).
Uma emoção certa para os fãs do Homem-Formiga é evidente: acostumados a imaginar como seria a transformação do personagem, os espetadores agora podem testemunhá-la em uma mistura de live-action com efeitos de computação gráfica. A mudança é a principal responsável por o filme, mesmo se tratando de uma obra que conta a origem do protagonista e com quase duas horas de duração, passe como num piscar de olhos.
Até essa origem é contada de forma sui generis e contribui para tornar o longa mais atraente e nada monótono. O enredo começa com um prólogo, em 1989, mostrando como o cientista Hank Pym (Michael Douglas) abandona e resolve guardar a sete chaves sua experiência de um traje especial que permite que ele diminua seu corpo para um tamanho minúsculo. O uso bélico da invenção é o principal motivo de desgosto de Pym.
A ação é retomada 15 anos depois, quando o também cientista Darren Cross (Corey Stoll, o congressista Peter Russo da série House of Cards), atual mandachuva da empresa fundada por Pym, realiza experimentos e tenta desenvolver um projeto semelhante ao de seu mentor - porém, com propósitos bem diferentes.
Ao saber do perigo que o mundo passará a correr, Pym recruta o gênio da engenharia Scott Lang (Paul Rudd), recém-saído da prisão, para se tornar o novo Homem-Formiga. Para isso o veterano cientista conta com a ajuda de sua filha, Hope van Dyne (a bela Evangeline Lilly, a Kate da série Lost).
Além das estrelas supracitadas, que dão um tom de forte personalidade, a produção conta com um elenco de apoio com rostos familiares ao espectador, do cinema, da TV e do vídeo sob demanda, que se misturam em subplots que dão mais estofo aos personagens, como Judy Greer (da série Mad Love) e Bobby Cannavale (Blue Jasmine, Chef), Michael Peña (Trapaça, Marcados para Morrer, Corações de Ferro) e Martin Donovan.
É claro que as referências ao universo Marvel e a outros filmes já realizados ou que estão por vir são constantes. É preciso ficar atento. As principais envolvem a relação do núcleo do Homem-Formiga com os Vingadores. E, evidentemente, o espectador não deve deixar a sala antes dos créditos finais.
Leia a crítica completa na edição desta quarta-feira (15/7) do Caderno C do Jornal do Commercio.