O escritor George R.R. Martin, criador da saga Game of thrones, foi ao cinema na noite de segunda-feira (20/7) ver Homem-formiga e relatou ter amado o filme. É o que ele escreve em um texto publicado em seu blog na terça-feira (21/7), no qual tece uma crítica da adaptação cinematográfica do herói diminuto da Marvel. Ele conta que, no começo, se sentiu apreensivo quando o filme foi anunciado.
"Eles fariam a coisa direito, conseguiriam captar o original Homem-Formiga da primeira edição dos Vingadores, o personagem que sempre amei... Ou iriam estragar tudo?", escreveu Martin, que diz ter ficado ainda mais apreensivo quando descobriu que a produção seria sobre o presidiário Scott Lang, não sobre Hank Pym, que cria o figurino capaz de encolher o personagem.
Martin abre o texto "confessando" que é um "antigo - muito antigo - fã da Marvel, desde criança" e que inclusive fez parte de uma associação de leitores de HQ da marca.
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"Homem-Formiga era o maior exemplo de um cara subjugado, afinal, um cara pequeno em todos os sentidos que ele representava, com deuses e monstros com poderes que apequenavam os seus próprios trunfos. As formigas também eram legais, e o colocaram em um lugar definitivo na minha mente em relação ao seu rival na DC, o Atom".
No meio de sua resenha, o escritor se diz "aliviado e encantado em relatar que eles (os responsáveis pelo filme) fizeram direito". Elogia a atuação de Paul Rudd como o herói Scott Lang, "um simpático e comovente protagonista", e de Michael Douglas como Hank Pym.
"Tem muito humor e ação nesse filme, e não é uma farsa, como eu temia. Há muita ação, não tanta a ponto de se sobrepor ao roteiro e aos personagens - o que foi meu problema com o último filme dos Vingadores -, argumentou ele.
"Um filme de super-herói precisa de um equilíbrio justo entre porradas, socos e explosões, mas na minha humilde opinião essas coisas funcionam melhor quando acontecem com pessoas com quem conhecemos e nos importamos, e se você faz uma geleia com muitos personagens, não há tempo para desenvolver nenhum deles bem".
E continuou, lembrando críticas que dizem que é o melhor filme da Marvel já feito. "Não diria isso, mas está quase lá, talvez em segundo lugar, perto do segundo Homem-Aranha de Sam Raimi com Tobey McGuire."
George R.R. Martin, porém, faz algumas ressalvas e aponta alguns aspectos negativos. "Onde estava a Vespa? Tivemos alguns momentos, e uma deixa para um novo filme. Mas eu queria mais Vespa."
O escritor também se disse "cansado" das versões da Marvel para o cinema em que o vilão tem o mesmo poder que o herói. "O Hulk luta contra o Abominável, que é só uma versão má do Hulk. O Homem-Aranha briga com Venom, que é também só uma versão malvada do Homem-Aranha", escreveu. "Quero mais filmes em que o herói e o vilão têm poderes brutalmente diferentes. Isso torna a ação muito mais interessante."
"No geral, tive um momento bacana (no cinema). Por algumas horas, tinha 13 anos de novo", concluiu o autor de Game of Thrones. Leia a crítica original, em inglês, no blog de George R.R. Martin.