CRÍTICA

Guillermo Del Toro renova tradição do cinema gótico em A Colina Escarlate

Filme entra em cartaz nesta quinta-feira (15/10), nos cinemas brasileiros

Ernesto Barros
Cadastrado por
Ernesto Barros
Publicado em 14/10/2015 às 6:00
Universal Pictures/Divulgação
Filme entra em cartaz nesta quinta-feira (15/10), nos cinemas brasileiros - FOTO: Universal Pictures/Divulgação
Leitura:

Fantasmas, uma casa mal-assombrada e muita loucura são os principais ingredientes de A Colina Escarlate, uma história de amor gótico assinada pelo cineasta mexicano Guillermo Del Toro. O longa-metragem, que estreia mundialmente nesta semana – nesta quinta-feira (15/10), no Brasil; na sexta (16/10), nos Estados Unidos –, é a confirmação de que o cinema de gênero está em alta em Hollywood. Desde o magistral O Labirinto do Fauno, realizado há 10 anos, que Del Toro não fazia um filme tão bom.

Suntuoso e com uma direção de arte incrível, impecável em cada detalhe, A Colina Escarlate retoma uma tradição que rendeu filmes inesquecíveis, principalmente na década de 1940, como os clássicos O Solar de Dragonwyck, de Joseph L. Mankiewicz, e Rebecca, a Mulher Inesquecível, de Alfred Hitchcock. Nos três filmes, uma casa é tão ou mais importante quantos os personagens de carne e osso.

Como Dragonnwyck e Manderlay (de Rebecca), a mansão de Allerdale Hall, numa isolada área rural inglesa, é um dos trunfos de A Colina Escarlate. No entanto, a mansão não é apresentada logo de cara. A primeira parte do filme se desenrola nos Estados Unidos, em Buffalo, no estado de Nova Iorque, no primeiro ano do século passado.

É lá que, em meio à crescente prosperidade do país, um casal de ingleses, os irmãos Thomas (Tom Hiddleston) e Lucille (Jessica Chastain), é introduzido à sociedade. Aparentemente empobrecidos, eles procuram um sócio americano para colocar em prática a extração de argila vermelha, ideal para a criação de tijolos, numa área ao lado da mansão onde vivem.

Já nesse primeira parte do filme, Guillermo Del Toro mostra claramente que vai contar uma história de amor, desilusão e morte, nos moldes dos romances góticos, a meio caminho entre a literatura de Edgar Allan Poe, Edith Warthon e Henry James. Com seu estilo envolvente, inclinação para o sobrenatural e a tragédia, Del Toro nos prepara para a segunda parte de A Colina Escarlate, quando Thomas, Lucille e Edith vão viver sob o mesmo teto.

Para quem achava que Del Toro faria um filme de terror, pontuado por muitas cenas violentas e sustos, só acertou no primeiro dos dois pontos. Realmente, há cenas de violência gráfica, mas pouquíssimos sustos. Claro, existe todo um clima de demência e loucura no interior da casa, com o vermelho da argila, embaixo de onde foi erguida, tomando conta de tudo e de todos.

Leia a critica completa na edição desta quarta-feira (14/10) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

Últimas notícias